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Rússia pede aos EUA que cumpram tratado nuclear antes que expire

07/02/2019 17h09

Moscou, 7 fev (EFE).- A Rússia pediu nesta quinta-feira para que os Estados Unidos cumpram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), o primeiro tratado de desarmamento nuclear da Guerra Fria, antes que o acordo expire, em seis meses.

Em comunicado, o Ministério da Defesa russo recomenda que os EUA destruam as plataformas de lançamento vertical MK-41, que podem disparar mísseis de cruzeiro Tomahawk e já foram instaladas na Romênia. Em breve, também estarão na Polônia.

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou que esses equipamentos podem se tornar um armamento ofensivo "em questão de horas".

Também foi pedido que os Estados Unidos destruam os mísseis semelhantes aos balísticos de médio e curto alcance e os drones de assalto equipados com armamento letal.

O porta-voz militar russo, Igor Konashenkov, convidou o representante militar americano para receber o comunicado, que também desmente "categoricamente" que a Rússia violasse o tratado assinado por URSS e EUA em 1987.

Além disso, o texto acusa os EUA de não apresentarem provas e de violarem durante anos o tratado de eliminação de mísseis de curto e médio alcance, INF.

A nota destaca que os Estados Unidos "criaram as condições para a fabricação de mísseis proibidos" por esse tratado, um argumento repetido nas últimas semanas pelo governo russo.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Riabkov, avaliou hoje a proposta de um novo tratado de desarmamento nuclear feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, durante o seu discurso sobre o Estado da União.

"Naturalmente, vimos o anúncio do presidente Trump que sugeria a possibilidade da assinatura de um novo tratado que incluiria também outros países. Esperaremos com interesse a concretização desta proposta", disse Riabkov.

Trump abriu as portas para um novo acordo nuclear com Rússia, China e outros países, mas alertou que, caso esses planos não se concretizem, os EUA investirão em armamento moderno mais que as demais potências mundiais.

O ministro da Defesa da Rússia, Sergey Shoygu, anunciou na terça-feira que o país desenvolverá em menos de dois anos as variantes terrestres do míssil de cruzeiro Kalibr e do míssil hipersônico de alcance médio, a resposta russa à decisão dos EUA de abandonarem o INF. EFE