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Ataque de ugandenses na República Democrática do Congo mata 5 mulheres

08/02/2019 11h34

Kinshasa, 8 fev (EFE).- Uma organização civil informou à Agência Efe nesta sexta-feira que cinco mulheres, incluindo uma grávida, foram assassinadas ontem à noite após uma ação de rebeldes ugandenses das Forças Aliadas Democráticas (ADF) na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC).

O grupo armado de Uganda, que atua na província do Nord-Kivu, entrou em um bairro da cidade de Beni por volta das 20 horas (horário local) e atacou um posto das Forças Armadas. De acordo com Kizito Bin Hangi, presidente da organização Sociedade Civil de Beni, o ataque poderia ter sido motivado, como em outros casos, pela tentativa de conseguir provisões.

"Houve um enfrentamento armado na vila de Beu, no bairro de Rwangoma, onde entraram assaltantes. Houve uma enorme troca de tiros. As pessoas fugiram para todos os lados e, infelizmente, cinco morreram, todas eram mulheres e uma estava grávida. A população de Rwangoma fala de seis mortos, mas só chegaram cinco corpos ao hospital", disse à Efe Hangi.

A população prepara hoje uma manifestação para protestar contra este novo ataque.

As ADF começaram a fazer ataques no oeste de Uganda em 1996, como contestação política ao regime do presidente ugandense Yoweri Museveni, mas a pressão militar fez com que ele recuasse para a fronteira com a República Democrática do Congo, onde frequente promove invasões em Nord-Kivu para fazer saques e conseguir armamento.

A região, situada em uma área montanhosa e de acesso complicado, facilita a fuga dos rebeldes em operações militares do Exército e da missão da Monusco, a missão da Organização das Nações Unidas na República Democrática do Congo.

Este é um dos grupos armados que continuam atuando no país após o desarmamento há quatro anos do grupo rebelde M23, que chegou a controlar boa parte da região. Além da violência, Nord-Kivu - e a província vizinha de Ituri - vivem desde agosto do ano passado o pior surto de ebola do país e que já causou 492 mortes. EFE