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Irlanda apoia negociação entre UE e R.Unido, mas não abre mão de salvaguarda

08/02/2019 17h07

Dublin, 8 fev (EFE).- O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, disse nesta sexta-feira que apoia as negociações entre Reino Unido e União Europeia para que o "Brexit" seja realizado com um acordo, mas reiterou que não abre mão da cláusula que impede a criação de uma fronteira física com a Irlanda do Norte.

Varadkar se reuniu hoje em Belfast com lideranças dos partidos norte-irlandeses para debater a saída do Reino Unido do bloco europeu e para estabelecer "linhas vermelhas" antes de um jantar com a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May.

O acordo do "Brexit", assinado entre britânicos e europeus em novembro do ano passado, foi bloqueado pela Câmara dos Comuns do Reino Unido devido ao mecanismo que impede a criação de uma fronteira física entre as Irlandas, batizado como "backstop".

May tem afirmado que vai pedir à UE para renegociar a cláusula. No entanto, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude-Juncker, disse em reiteradas ocasiões que o acordo não será revisado.

Segundo Varadkar, a UE está disposta a revisar a declaração política sobre a futura relação com o Reino Unido e incluir nesse documento, que não é vinculativo, alternativas ao "backstop" que ajudem May a aprovar o acordo original da Câmara dos Comuns.

O "backstop" prevê que o Reino Unido permaneça na união aduaneira da UE e que a Irlanda do Norte também siga determinadas regras do mercado único europeu até que as partes estabeleçam uma nova relação comercial. O mecanismo de proteção foi criado para manter a fronteira com a Irlanda aberta, um fator-chave para economia dos dois países e para o processo de paz na região.

No entanto, May precisa obter alguma garantia vinculativa da UE para assegurar aos deputados britânicos contrários ao acordo que o Reino Unido não ficará indefinidamente preso à estrutura do bloco enquanto as partes negociam a nova relação comercial.

Essa é uma exigência da ala mais crítica à UE do Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra britânica, e do Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte, e essencial para os "tories" manterem maioria na Câmara dos Comuns. EFE