Justiça espanhola nega extradição de ex-enfermeira de Hugo Chávez
Madri, 8 fev (EFE).- A Audiência Nacional da Espanha negou nesta sexta-feira a extradição de três cidadãos venezuelanos - a ex-enfermeira de Hugo Chávez, seu marido e outra pessoa ligada à companhia petrolífera PDVSA - por temer que seus direitos fundamentais fossem violados caso fossem extraditados.
Fontes deste órgão judicial informaram que o plenário da Audiência Nacional, composto por 20 magistrados, analisou hoje as reivindicações depois que três das suas salas se pronunciaram de maneira diferente.
Enquanto duas salas deram sinal verde à entrega da enfermeira de Chávez e seu marido, uma terceira optou por rejeitar a de José Ramón Sánchez Rodríguez, que foi contador da PDVSA.
O plenário revogou as duas extradições dadas pelas duas salas e ratificou o veto à entrega de Rodríguez.
Para basear sua decisão, a sala se baseou no fato de que dois detidos por sua relação com a companhia petrolífera, Diego Salazar e Enrique Luongo, estão há mais de um ano encarcerados nas instalações do serviço de inteligência venezuelano (Sebin) e só recentemente foram colocados à disposição do juiz sem que a Procuradoria venezuelana comparecesse á audiência.
Por outro lado, a Audiência Nacional não viu nenhum perigo em extraditar a enfermeira e o considerado guarda-costas de Chávez, Claudia Patricia Díaz Guillén e Adrián Velásquez Figueroa, acusados de terem recebido ajuda do escritório panamenho Mossack Fonseca para "blindar" uma fortuna não declarada e fruto da subtração de dinheiro público, segundo a reivindicação do Ministério Público da Venezuela.
A mulher, além de ser assistente de Chávez, durante dois anos foi tesoureira do governo venezuelano como responsável do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional (Fonden), de onde foi demitida um mês depois da morte do presidente da Venezuela, segundo ela, por se negar a assinar documentos quando o governante estava em seu leito de morte.
No caso deste casal, que manifestou que teve que fugir do país, o tribunal entendeu que não eram opositores ao presidente Nicolás Maduro porque este é "continuísta" de Chávez, a quem serviram, e que por isso não sofreriam represálias, apesar da alegação de perseguição política feita por ambos.
Com a decisão de hoje, o plenário da Audiência Nacional corrige a decisão de entregá-los diante da situação política conturbada na Venezuela, onde podem ter seus direitos fundamentais violados caso sejam extraditados.
Fontes da Audiência Nacional anunciaram que o auto que refletirá a decisão será publicado nos próximos dias. EFE
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