Corbyn acusa May de querer "apressar o tempo" antes do Brexit
Londres, 9 fev (EFE).- O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, acusou neste sábado a primeira-ministra conservadora, Theresa May, de atuar de maneira "cínica" e "temerária" ao tentar "apressar o tempo" antes da saída prevista da União Europeia (UE) no próximo dia 29 de março.
Em discurso em Coventry, no centro da Inglaterra, o trabalhista criticou a chefe de governo por aferrar-se a um acordo do Brexit que já foi rejeitado em 15 de janeiro pelo parlamento, a fim de forçar sua aprovação ao aumentar a pressão por uma possível saída sem acordo.
Além disso, instou sua rival a aceitar a proposta trabalhista de manter o Reino Unido em uma união aduaneira com a UE como via para evitar uma fronteira na ilha da Irlanda, considerada fundamental para o processo de paz, o que May já descartou.
Corbyn insistiu que, se o pacto governamental voltar a ser derrotado em uma próxima votação parlamentar, a primeira-ministra terá de convocar eleições gerais e, se isto não acontecer, seu partido não descarta apoiar uma segunda consulta sobre o Brexit, tal como definiu no seu último congresso.
"Se não pode adotar um acordo sensato porque dividiria os conservadores, então a resposta é simples: deve haver eleições gerais", destacou.
"O país não pode ser lançado pelo precipício a fim de manter a unidade do Partido Conservador", acrescentou.
Segundo o trabalhista, o plano apresentado por May em uma recente reunião poderia romper o "impasse" na Câmara dos Comuns, pois, em sua opinião, contém propostas que suscitam consenso.
Nessa reunião, Corbyn propôs à primeira-ministra suas condições para apoiar um acordo de saída, que incluem a citada união aduaneira.
Os trabalhistas também pedem um "estreito alinhamento" com o mercado único, com instituições e deveres comuns; equivalência em direitos trabalhistas e proteções mínimas; participação em agências europeias e programas de financiamento e compromissos claros sobre a futura cooperação de segurança, com a manutenção do atual sistema de ordens europeias de detenção.
May ainda espera obter de Bruxelas mudanças significativas em relação à salvaguarda irlandesa que permitam que seu acordo seja aprovado no parlamento, apesar de a UE já ter afirmado que não renegociará a polêmica cláusula.
A previsão é que, se não conseguir essas modificações, a chefe do Executivo de Londres apresente uma moção no parlamento no dia 14 de fevereiro, que possivelmente possa ser emendada pelos deputados a fim de determinar os passos seguintes. EFE
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