Cerca de 70 deputados foram atacados desde que coletes amarelos foram às ruas
Paris, 10 fev (EFE).- Cerca de 70 deputados franceses foram vítimas de ataques em seus escritórios ou domicílios desde o começo da crise dos "coletes amarelos" há três meses, segundo números revelados pelo ministro do Interior, Christophe Castaner, e divulgados pelo jornal "Le Parisien".
Este número foi revelado depois que o presidente da Assembleia Nacional (AN), Richard Ferrand, denunciou neste fim de semana um incêndio provocado em sua residência em Finistère, na região de Bretanha.
"Sinto muita raiva diante de um gesto assim. Assumir um cargo é se expor à crítica, mas esta violência e estas intimidações são inaceitáveis. Sempre estarei do lado dos deputados que, como Richard, encarnam a nossa democracia", disse no mesmo meio o primeiro-ministro, Édouard Philippe.
Os principais líderes da oposição, desde a presidente da ultradireitista Agrupamento Nacional, Marine Le Pen, até o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, mostraram solidariedade com o presidente da AN, ex-deputado socialista e um dos primeiros apoiadores do presidente francês, Emmanuel Macron, desde de 2017.
O promotor de Brest, Jean-Philippe Récappé, disse neste domingo que não há indícios que permitam orientar suspeitas do incêndio contra Ferrand a grupos de "coletes amarelos", mas reconheceu que é uma das pistas sobre as quais trabalham na investigação.
Outra figura pública que teve uma residência atacada foi o ministro de Ecologia, François de Rugy, que teve a fechada de sua casa de férias pintada com as palavras "Vendido" e "Colete Amarelo".
O promotor considerou que o acidente parecia "uma forma de ameaça ou intimidação".
Ferrand não estava em casa quando aconteceram os fatos, assim como sua esposa, que segundo disse costuma passar muito tempo na residência de Bretanha.
Além disso, denunciou no jornal "Le Journal du Dimanche" (JDD) que as manifestações dos coletes no sábado tiveram como alvo a sede da Assembleia Nacional.
Nesse ponto foram vividos os momento mais tensos da jornada, quando um homem de cerca de 30 anos perdeu quatro dedos após uma granada de gás lacrimogênio explodir em sua mão.
Estes ataques contra deputados e instituições são "inéditos na Vº República", segundo Ferrand, para que "foram excedidos os limites".
"Não é um sinal de perfeita saúde democrática", avaliou. EFE
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