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Guaidó garante que "não há possibilidade de guerra civil" na Venezuela

11/02/2019 22h13

Caracas, 11 fev (EFE).- O líder do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em exercício do país em janeiro, garantiu nesta segunda-feira que "não há possibilidade de guerra civil" porque, segundo disse, o presidente Nicolás Maduro "não tem a força" do povo e dos militares.

"Alguns fazem ver, sobretudo a imprensa internacional, que aqui na Venezuela há a possibilidade de uma guerra civil, (mas) aqui não há possibilidade de guerra civil, e não há possibilidade por um elemento: 90% do país quer mudança", disse Guaidó durante um encontro com jovens na Universidade Metropolitana de Caracas.

"90% está mobilizado a favor da paz, 90% do país acredita no reencontro", acrescentou.

Nesse sentido, declarou que Maduro "todos os dias faz alarde" de apoios internos que não tem, como o dos militares.

"O respeito das forças armadas não ele tem, o perdeu, não tem o respeito da família militar porque a colocou para sofrer, não tem o respeito da Venezuela nem do mundo", considerou.

A Venezuela atravessa um período de tensão política que disparou no último dia 23 de janeiro, quando Guaidó se autoproclamou diante de centenas de milhares de opositores como presidente em exercício por não reconhecer a legitimidade do segundo mandato de Maduro.

Maduro venceu com folga os pleitos de maio do ano passado, tachados como fraudulentos e não reconhecidos por boa parte da comunidade internacional.

Por isso, os opositores consideram que Maduro "usurpa" a presidência e que as competências do Executivo recaem de forma temporária sobre o líder do parlamento até que sejam convocadas novas eleições, segundo a interpretação que fazem de vários artigos da Constituição.

Guaidó também se referiu à auditoria que a Controladoria da Venezuela anunciou que abriu hoje contra ele por supostamente ter recebido "dinheiro proveniente de instâncias internacionais e nacionais sem nenhum tipo de justificativa", segundo disse o controlador, Elvis Amoroso.

"(São) ameaças", afirmou a respeito Guaidó, assegurando que manterá seu desafio a Maduro porque "a força" do povo venezuelano está do seu lado. EFE