Imprensa cubana defende trabalho na Venezuela contra acusações de ingerência
Havana, 12 fev (EFE).- A imprensa estatal de Cuba defendeu nesta terça-feira como solidário o trabalho de profissionais da ilha na Venezuela frente às acusações, sobretudo por parte dos Estados Unidos, de que Havana exerce influência sobre o governo de Nicolás Maduro e assessora os serviços de inteligência de Caracas.
"Eu, esse agente secreto" é o título de um artigo de página inteira no jornal "Juventud Rebelde" - o segundo mais importante do país - no qual a "ladainha de que Cuba tem na Venezuela 24 mil agentes secretos" é rejeitada como "grosseira".
"Não somos, como acreditávamos, trabalhadores solidários, mas membros astutos de um comando de elite que pode, com um tapa, derrubar as imponentes colinas que resguardam Caracas e armar, como um tsunami capaz de varrer a Flórida, o dilúvio ateu comunista", ironiza o texto.
Cuba e a Venezuela são aliados políticos e econômicos próximos desde que em 2000 os então presidentes - hoje falecidos - Hugo Chávez e Fidel Castro assinaram o chamado Convênio Integral de Cooperação, pelo qual o país sul-americano começou a fornecer à ilha petróleo a preços subsidiados em troca de serviços profissionais, fundamentalmente de médicos e professores.
No entanto, tanto o atual governo dos EUA como o secretário da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, acusam Havana de controlar os bastidores da política venezuelana e especialmente as forças de segurança.
O artigo argumenta que "a trama criminosa tecida na Venezuela pelos 24 mil agentes cubanos foi tão cuidadosa que conseguimos quase um milhão e meio de vidas salvas", mais de 1,2 milhão de pessoas operadas de problemas de visão e mais de 1,8 milhão de alfabetizados.
"Todos já sabem que o atual golpe na Venezuela não apareceu de repente, mas seu grande arquiteto aproveita para bater, com ele, governos indômitos que, embora tenham menos peso específico no poder mundial, lutam no ringue da geopolítica contra o soberbo pugilista dos shorts com 13 faixas e 50 estrelas", continua o texto.
O artigo também critica o presidente dos EUA, Donald Trump, que "encurralado em um canto, engraxou a velha invenção do eixo do mal e lançou mentiras convenientes, como a dos agentes cubanos".
Desde que começou a crise venezuelana e especialmente após os eventos das últimas semanas, o governo cubano mostrou seu "invariável" apoio a Maduro e denunciou que o objetivo real de Washington é controlar os "recursos" da Venezuela. EFE
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