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Reaparece princesa que foi desautorizada a concorrer ao governo da Tailândia

12/02/2019 15h42

Bangcoc, 12 fev (EFE).- A princesa Ubolratana Mahidol, irmã mais velha do atual rei da Tailândia, reapareceu nesta terça-feira em um ato público dias depois de ser desautorizada pelo próprio monarca a concorrer ao cargo de primeiro-ministro da Tailândia.

Ubolratana, que perdeu seu título monárquico em 1972 ao se casar com um estrangeiro, mas que na prática goza de todo o reconhecimento de sua linhagem, participou de um ato beneficente para uma campanha de combate às drogas com a qual colabora a Casa Real.

A princesa recebeu presentes e ofereceu um discurso aos estudantes do colégio La Salle Chotiravi, segundo as fotografias divulgadas pelo Escritório de Relações Públicas da província de Nakhon Sawan, onde aconteceu o evento.

Ubolratana foi proposta para concorrer ao cargo de primeiro-ministro pelo partido Thai Raksa Chart, vinculado ao ex-premiê Thaksin Shinawatra, na manhã da última sexta-feira, mas, no mesmo dia, o rei Vajiralongkorn emitiu uma ordem para bloquear sua candidatura.

O monarca argumentou que sua irmã pertence à instituição real e, portanto, se encontra acima da política.

No dia seguinte, o partido Thai Raksa Chart acatou a determinação do rei; e a Comissão Eleitoral confirmou na segunda-feira a desqualificação da princesa para o pleito de 24 de março, o primeiro no país depois do golpe de Estado de 2014.

O órgão eleitoral analisa agora se solicita ao Tribunal Constitucional a dissolução do partido citado.

Por sua vez, a direção do Thai Raksa Chart disse na tarde de hoje que o partido seguirá com sua campanha eleitoral, em seu primeiro comparecimento diante dos veículos de imprensa após a polêmica envolvendo a princesa.

A candidatura de Ubolratana agitou durante horas o panorama político da Tailândia, já que ela concorreria sob as cores de um partido relacionado com o clã Shinawatra, visto por monárquicos e pelo exército como inimigo do país.

O atual primeiro-ministro, o general golpista Prayut Cha-ocha, estará presente nas cédulas de votação como candidato a revalidar seu mandato por um partido visto por analistas políticos como o sucessor da junta militar.

Além disso, a Comissão Nacional de Radiodifusão e Comunicação suspendeu hoje, por 15 dias, a licença da rede de televisão "Voice TV", fundada pelo filho de Thaksin, ao alegar que alguns de seus programas poderiam "gerar confusão e incitar conflito e divisões no reino".

Os partidos políticos vinculados aos Shinawatra ganharam todas as eleições realizadas no país asiático desde 2001, graças ao apoio obtido junto à população rural devido às suas políticas sociais. EFE