Talibãs anunciam nova equipe negociadora para diálogo de paz com os EUA
Cabul, 12 fev (EFE).- Os talibãs anunciaram nesta terça-feira a formação de uma nova equipe negociadora de 14 pessoas para representar o movimento insurgente nas conversas de paz com os Estados Unidos, na qual há cinco membros novos - entre eles quatro ex-presos de Guantánamo - e outros nove que já participaram das últimas rodadas de diálogo nos países do Golfo.
"Devido à importância do assunto e sob as instruções do emir talibã, mulá Haibatullah", a nova equipe foi nomeada pelo seu número dois político e chefe do escritório dos insurgentes em Doha, o mulá Baradar", explicou em comunicado o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid.
O grupo continua liderado por Muhammad Abbas Stanekzai, ex-chefe do escritório do Catar, enquanto entre as caras novas estão quatro ex-detentos da prisão americana de Guantánamo (Cuba).
O outra nova contratação da equipe negociadora, que passou de dez para 14 membros, é Anas Haqqani, filho preso do fundador da facção talibã conhecida como Rede Haqqani, Jalaludin Haqqani, falecido no ano passado.
O comunicado não dá mais detalhes sobre Anas, o que deixa dúvidas sobre se tinha sido libertado, mas o porta-voz talibã esclareceu que, apesar de ter sido "nomeado membro da equipe negociadora, continua na prisão e não foi libertado".
"Como era um estudante (antes de ser preso) e não realizou nenhum tipo de atividade que pudesse ter provocado seu encarceramento, deveria ser liberado para iniciar seu novo papel como membro da equipe negociadora", ressaltou Mujahid.
A principal agência de inteligência afegã, o Diretório Nacional de Segurança (NDS), por sua vez, ressaltou através de um comunicado que "Anas Haqqani se encontra ainda na prisão e não há nenhuma decisão sobre sua libertação".
"O governo afegão está comprometido com a implementação da lei e a decisão sobre os que cometeram crimes será tomada de acordo com a lei. Os afegãos devem ter certeza de que a justiça será feita", afirmou o serviço secreto.
Nos últimos meses, talibãs e representantes dos EUA mantiveram contatos nos Emirados Árabes Unidos e no Catar, mas os insurgentes se negaram a se sentar à mesa com o governo afegão e querem falar só com Washington. EFE
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