Conselho de ministros é convocado no Haiti após semana de violentos protestos
Porto Príncipe, 13 fev (EFE).- O primeiro-ministro do Haiti, Jean-Henry Céant, convocou para esta quarta-feira um conselho de ministros, após uma semana de violentas manifestações reivindicando a renúncia do presidente do país, Jovenel Moise, as quais deixaram pelo menos oito mortos.
A reunião foi convocada por Céant e anunciada pelo secretário de Comunicação do Haiti, Eddy Jackson Alexis.
O país completa nesta quarta-feira uma semana de protestos, o que mantém as escolas e os bancos fechados, assim como uma boa parte de estabelecimentos de comida e combustíveis, muitos dos quais foram saqueados por manifestantes enfurecidos que continuam pedindo nas ruas a saída de Moise.
Os protestos, que paralisaram o sistema de transportes, começaram em 7 de fevereiro, o mesmo dia em que o presidente completou dois anos de mandato. Moise pediu diálogo no último sábado, o que foi rejeitado por setores da oposição, e desde então se mantém em silêncio.
Um homem foi morto ontem pela polícia quando uma multidão marchava rumo à sede do Palácio Nacional e os agentes abriram fogo, o que elevou para oito o número de mortos nas manifestações, que também deixaram dezenas de feridos.
As ruas da capital do país, Porto Príncipe, continuam nesta quarta-feira cheias de lixo e barricadas, o que impossibilita o tráfego e a comunicação terrestre com outras cidades.
Os protestos ocorrem em meio a uma severa crise econômica, que se agravou este ano devido a uma forte desvalorização do gourde, a moeda oficial, e pela crise de eletricidade derivada da escassez de gasolina.
A economia do Haiti, onde mais da metade dos 10 milhões de habitantes sobrevive com menos de US$ 2 por dia, cresceu apenas 1,4% em 2018, um dos menores da região e muito abaixo dos 2,2% previstos no início do ano passado, projeção que depois foi rebaixada para 1,8%.
O país não conseguiu aprovar seu orçamento para este ano, de US$ 1,65 bilhões, o qual foi rejeitado no mês passado pela Câmara dos Deputados por não satisfazer ao Congresso.
Nos protestos, convocados pelo Setor Democrático e Popular, integrado por líderes de partidos de oposição e por grupos populares, os manifestantes também exigem justiça nas supostas irregularidades no programa Petrocaribe, através do qual a Venezuela fornece petróleo ao Haiti a preços subsidiados.
Uma auditoria apresentada na semana passada pelo Tribunal de Contas revelou irregularidades entre 2008 e 2016 neste programa e afirmou que 15 ex-ministros e atuais servidores estão envolvidos no caso, assim como uma empresa que Moise dirigia antes de chegar à Presidência. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.