Irã diz que ação da UE para salvar acordo nuclear de 2015 não é suficiente
Teerã, 13 fev (EFE).- O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou nesta quarta-feira que não espera que a União Europeia (UE) salve o acordo nuclear de 2015 e avalia que o bloco não investiu o capital necessário para manter o pacto em vigor.
"Não estamos esperando a Europa. A Europa não cumpriu com seus compromissos. Não vamos mais fazer concessões", disse o chefe da diplomacia iraniana em entrevista coletiva concedida a correspondentes estrangeiros em Teerã, capital do país.
Após a saída dos Estados Unidos do acordo em maio do ano passado, a União Europeia se comprometeu a adotar uma série de medidas para dar início ao mecanismo financeiro previsto no pacto. No entanto, Zarif lamentou que isso não ocorreu como o esperado.
O chanceler iraniano se referia ao Instrumento de Apoio de Troca Comercial (Instex), anunciado por França, Reino Unido e Alemanha em janeiro, que tem o objetivo de contornar as sanções impostas pelos americanos e manter o comércio entre os países, signatários do acordo nuclear de 2015, e o Irã.
"Certamente estamos descontentes. Muita gente no Irã considerou isso como um insulto e eu não discordo deles", afirmou Zarif.
Para o ministro iraniano, o Instex não deveria ser considerado como um compromisso europeu para manter o acordo de pé, mas sim um "requisito prévio" para cumprir o que já estava acertado no pacto nuclear.
"Eles não foram capazes de investir o capital necessário para manter o acordo nuclear. Se a Europa considera que o pacto nuclear é um acordo de segurança, ela não pode esperar que só o Irã invista em segurança", criticou o chanceler.
Zarif também negou que a UE tenha exigido limitações no programa de produção armentista do Irã em troca de um mecanismo eficiente de pagamentos para facilitar o comércio com o bloco.
"Se eles quiserem falar de mísseis, podemos falar de mísseis. Não tínhamos medo de falar sobre esses temas nas negociações nucleares. Mas eles não foram incluídos porque não chegaríamos a lugar algum", explicou.
O chefe da diplomacia da República Islâmica também falou sobre a saída dos EUA do acordo em maio de 2018. Segundo ele, as sanções aplicadas pelos americanos não tiveram influência na decisão do Irã de negociar com as principais potências Ocidentais.
"Nunca confiamos nos EUA, desde o primeiro dia começamos as negociações com base na desconfiança. Inclusive antes de se retirarem do acordo, os EUA não estavam cumprindo seus compromissos. Agora estão impedindo outros de fazê-lo", criticou. EFE
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