Rússia, Irã e Turquia fazem reunião sobre Síria após anúncio de saída dos EUA
Sochi (Rússia), 13 fev (EFE).- Os líderes de Rússia, Turquia e Irã, mediadores do cessar-fogo decretado em dezembro de 2016 na Síria, se reunirão nesta quinta-feira no balneário russo de Sochi para abordar a situação na província de Idlib, a criação de um comitê constitucional e a retirada anunciada das tropas americanas do nordeste do país árabe.
Os presidentes russo, Vladimir Putin; turco, Recep Tayyip Erdogan, e iraniano, Hassan Rohani, se reunirão pela primeira vez depois que o líder americano, Donald Trump, anunciou a retirada de seus militares da Síria.
Os três líderes vão discutir amanhã "medida conjuntas que contribuam para a normalização a longo prazo na Síria", declarou na segunda-feira a presidência da Rússia.
Além disso, Putin e Erdogan manterão amanhã uma reunião bilateral, antes da cúpula tripartite, e terão de novo sobre a mesa a delicada situação na província síria de Idlib, a única região importante ainda controlada por milícias rebeldes.
Rússia e Turquia tinham chegado a um acordo em setembro do ano passado para estabelecer uma zona de segurança e criar um perímetro desmilitarizado em torno dessa área, algo que ocorreu sem sucesso até agora.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, indicou hoje que o grupo Tahrir al Sham (antiga Frente al Nusra) "praticamente triplicou o território sob seu controle" na região.
Por sua vez, as Forças da Síria Democrática (FSD), que contam com apoio de Washington, realizam a fase final da ofensiva contra os jihadistas na margem oriental do rio Eufrates.
Putin também se reunirá separadamente com Rohani em Sochi antes de dar início à cúpula tripartite, na qual outro fator importante que será tratado é a retirada das tropas americanas do nordeste da Síria e as medidas necessárias para evitar a desestabilização da região.
A Turquia está negociando com os Estados Unidos criar e controlar uma faixa de segurança de 32 quilômetros de extensão ao longo da fronteira turco-síria, expulsando dela as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), aliadas dos EUA na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
Ancara considera as YPG terroristas por seus vínculos com o Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda da Turquia, e quer acabar com a administração autônoma que as milícias curdas estabeleceram no norte da Síria.
Putin já assinalou para Erdogan em janeiro em Moscou que prefere o diálogo entre os curdos e Damasco.
Mas também afirmou ao líder turco que "entre a Síria e a Turquia segue vigente o tratado de 1998 que rege a luta antiterrorista", que, segundo o jornal russo "Kommersant", permitiria que as tropas turcas entrassem até o limite de cinco quilômetros na Síria para perseguir terroristas.
Além disso, os três presidentes discutirão a criação do comitê constitucional para a Síria, que deverá redigir uma nova Carta Magna para o país árabe e que estará composto por representantes do regime, da oposição e da sociedade civil.
Não foi possível estabelecer esse comitê antes do fim de 2018, como desejava o antigo enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, que pediu mudanças entre alguns nomes que formarão o comitê.
O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse na segunda-feira que Washington segue "tentando frustrar" os esforços nesse sentido, junto a outros participantes do chamado grupo pequeno para a Síria (Egito, França, Alemanha, Jordânia, Arábia Saudita, Reino Unido e EUA). EFE
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