Departamento de Justiça discutiu remover Trump após demissão de chefe do FBI
Washington, 14 fev (EFE).- Integrantes do alto escalão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos discutiram remover o presidente do país, Donald Trump, do poder, após a demissão do então diretor do FBI, James Comey, em maio de 2017.
As conversas sobre a possibilidade de invocar a 25ª emenda da Constituição foram reveladas por Andrew McCabe, que ocupou o comando do FBI de forma interina após a demissão de Comey, em entrevista concedida ao programa "60 minutes", da emissora americana "CBS".
Em um trecho antecipado do programa, o jornalista Scott Pelley afirma que McCabe confirmou que o secretário-adjunto do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, sugeriu usar uma escuta em reuniões que ele tivesse com Trump. O ex-vice-diretor do FBI também afirmou que autoridades do órgão discutiram recrutar membros do gabinete para invocar a 25ª emenda e remover o presidente do poder.
"Houve encontros no Departamento de Justiça nos quais foi discutido se o vice-presidente e uma maioria do gabinete poderiam ser convencidos a remover o presidente dos EUA sob a 25ª emenda", afirmou Pelley no trecho antecipado do "60 minutes".
McCabe ainda afirmou que decidiu abrir uma investigação contra Trump por obstrução à Justiça por temer ser demitido antes que o chamado "caso Rússia", que tenta descobrir se houve conluio entre a campanha republicana e o Kremlin nas eleições de 2016, avançasse.
"Preocupava-me muito deixar o caso sobre a Rússia com uma base absolutamente consolidada para que, caso me demitissem, não pudessem encerrá-lo ou fazê-lo desaparecer sem deixar rastros", disse McCabe.
Posteriormente, o "caso Rússia" passou para as mãos do promotor especial Robert Mueller. McCabe acabou sendo demitido pelo Departamento de Justiça em março de 2018. Segundo ele, a demissão foi uma tentativa de desacreditá-lo como testemunha.
Trump reagiu com fúria à entrevista de McCabe e afirmou no Twitter que o ex-vice-diretor do FBI se "finje de anjinho" quando, na verdade, é "um ator no 'caso Rússia', uma marionete de James Comey" e uma figura ligada à democrata Hillary Clinton.
"A esposa de McCabe recebeu MUITOS DÓLARES das pessoas de Hillary pela sua campanha e ele fez vista grossa para ela. McCabe é uma vergonha para o FBI, uma vergonha para o nosso país", escreveu o presidente americano em uma série de mensagens no Twitter.
O Departamento de Justiça considerou como "imprecisas" as afirmações de McCabe. Em comunicado, o órgão afirmou que Rosenstein nunca autorizou qualquer gravação do presidente e que o secretário-adjunto não acredita haver bases para invocar a 25ª emenda da Constituição contra Trump. EFE
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