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Diocese do Brooklyn divulga lista de 108 padres acusados de abusos

15/02/2019 21h02

Nova York, 15 fev (EFE).- A diocese do Brooklyn, em Nova York (EUA), divulgou nesta sexta-feira os dados de 108 membros do clero acusados de abusarem de menores ao longo dos 166 anos de história da unidade eclesiástica, uma lista que se soma às recentemente reveladas por outras administrações católicas no estado de Nova Jersey.

"Sabemos que esta lista gerará muitas emoções nas vítimas, que sofreram terrivelmente. Pelo sofrimento que tiveram, sinto terrivelmente", escreveu o bispo do Brooklyn, Nicholas DiMarzio, em um comunicado que acompanha a lista, que ele espera que sirva para reconhecer "o que lhes foi feito" e contribua para dar uma "reparação".

Os acusados ou admitiram a má conduta sexual contra menores ou receberam denúncias consideradas "críveis" por uma comissão da igreja.

A diocese do Brooklyn informou que os 108 padres com denúncias "críveis" representam menos de 5% de seus integrantes em todo o período analisado e que dois terços deles faleceram, já que a grande maioria dos casos corresponde a sacerdotes ordenados entre 1930 e 1979.

O número de casos de abuso sexual "teve pico nos 60 e 70, mas a maioria das denúncias chegou após a aplicação, em 2002, da Carta de Proteção de Crianças e Jovens", disse a instituição, além de acrescentar que os relatos dispararam em 2017, quando foi estabelecido um programa de compensação.

Desde 2002, a diocese compartilhou seus arquivos e denúncias com promotores das regiões nova-iorquinas do Brooklyn e do Queens, e desde então houve dois casos críveis que envolvem membros eclesiásticos em atividade.

Em setembro do ano passado, a diocese do Brooklyn concordou em pagar US$ 27,5 milhões a quatro homens que foram vítimas de abuso sexual repetidas vezes entre 2003 e 2009, quando eram crianças, por parte de um professor de catecismo.

Nesta semana, as cinco dioceses de Nova Jersey divulgaram listas com os dados, no total, de 189 clérigos acusados de abusar sexualmente de menores, uma iniciativa que o procurador-geral Gurbir Grewal atribuiu à equipe criada em setembro do ano passado para investigar denúncias deste tipo no estado. EFE