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Presidente haitiano pede diálogo após oito dias de protestos violentos

15/02/2019 03h31

Porto Príncipe, 15 fev (EFE).- O presidente do Haiti, Jovenel Moise, rompeu na quinta-feira o silêncio dos últimos dias e fez um novo apelo ao diálogo após oito dias de violentos protestos contra seu governo que deixaram pelo menos nove mortos.

Moise, que no último dia 7 completou dois anos no poder, disse que vai "lutar para restabelecer a paz e a estabilidade" em seu país, e expressou sua solidariedade com as vítimas dos protestos dos últimos dias.

O Haiti completou ontem oito dias de protestos convocados por setores da oposição que exigem a renúncia de Moise.

O presidente haitiano agradeceu o apoio da comunidade internacional, e disse estar disposto a levar o país adiante.

"Somente o diálogo pode ajudar o país", disse ele, acrescentando que há pessoas que não entendem os processos democráticos.

Moise disse que não "deixará o país nas mãos de bandidos que querem usar o país" para seus interesses pessoais.

O presidente haitiano também pediu para que a polícia prenda todos os "envolvidos no tráfico de drogas e que querem criar terror".

Em sua mensagem, o presidente haitiano não explicou as medidas que pretende tomar para resolver a grave crise política e econômica do país e não se referiu ao escândalo de corrupção da Petrocaribe.

Durante os protestos, manifestantes exigem justiça nas alegadas irregularidades no programa Petrocaribe, através do qual a Venezuela fornece petróleo ao Haiti a preços reduzidos.

Uma auditoria apresentada na semana passada pelo Tribunal de Contas revelou irregularidades entre 2008 e 2016 neste programa e apontou para 15 ex-ministros e atuais funcionários que estariam envolvidos neste caso, assim como uma empresa que Moise dirigia antes de chegar à presidência.

Os protestos, convocados pelo Setor Democrático e Popular, compostas por líderes de partidos de oposição e grupos sociais, começaram no último dia 7, coincidindo com o segundo aniversário da posse de Moise, cuja renúncia é pedida pelos manifestantes, que ganharam as ruas de Porto Príncipe e de outras cidades do país. EFE