Topo

Pyongyang comunica a Tóquio que um dos japoneses sequestrados segue vivo

15/02/2019 10h47

Tóquio, 15 fev (EFE).- A Coreia do Norte comunicou ao Japão que um dos cidadãos japoneses sequestrados há décadas pelo regime continua vivo e reside em Pyongyang, segundo disseram nesta sexta-feira fontes do governo de Tóquio à agência local "Kyodo".

Trata-se de Minoru Tanaka, um dos 17 japoneses que, segundo números oficiais do governo do Japão, foram sequestrados por agentes norte-coreanos entre 1977 e 1983 para que atuassem como professores de idioma e cultura japonesa para os espiões norte-coreanos.

Tanaka desapareceu quando tinha 28 anos e trabalhava em um restaurante de Kobe (oeste) e o regime norte-coreano tinha negado sua presença no país até agora.

O cidadão japonês vive com mulher e filhos na capital norte-coreana e não deseja retornar ao Japão, segundo a versão divulgada pelo governo norte-coreano a Tóquio.

Dos 17 japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, cinco foram repatriados em 2002 e não há informações sobre quantos dos restantes permanecem vivos. O Japão, além disso, suspeita que o número real de sequestrados poderia ser maior.

O assunto dos sequestros é um dos principais empecilhos para a normalização das relações entre os dois países que não mantêm laços diplomáticos.

A Coreia do Norte se comprometeu com o Japão em 2014 a realizar uma investigação para resolver todos os casos, em troca de que Tóquio retirasse parte das sanções unilaterais que mantém sobre o país, mas a iniciativa acabou sendo abandonada um ano mais tarde.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, tentou aproveitar o processo de diálogo aberto por Seul e Washington com Pyongyang para organizar uma cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, com o objetivo de tratar do processo de desnuclearização e do tema dos sequestros, mas, por enquanto, não conseguiu.

As duas nações já realizaram duas cúpulas em 2002 e 2004 em Pyongyang, nas quais a Coreia do Norte admitiu que tinha sequestrado 13 japoneses entre as décadas de 1970 e 1980, e assentou as bases para o retorno de cinco dos sequestrados.

O regime afirmou então que os oito restantes tinham morrido, e negou que os outros quatro japoneses incluídos na lista oficial de 17 nomes do governo japonês tivessem entrado na Coreia do Norte em algum momento, entre eles Tanaka. EFE