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Tensão na Caxemira indiana aumenta após pior ataque às forças de segurança

15/02/2019 09h27

Srinagar (Índia), 15 fev (EFE).- As autoridades da Índia impuseram nesta sexta-feira restrições ao movimento e à reunião na Caxemira indiana por causa da tensão e dos chamados ao protesto devido ao ataque de ontem com bomba contra as forças de segurança no qual morreram 42 policiais, o mais mortífero em três décadas de conflito.

"O juiz do distrito de Jammu ordenou a imposição de um toque de recolher em toda a cidade para manter a lei, a ordem e a tranquilidade pública", segundo uma ordem judicial.

As autoridades também cortaram a internet em todo o distrito, de maioria hindu, ao contrário da metade caxemiriana do estado de Jammu e Caxemira, a única dominada por muçulmanos do país.

Jammu, capital de inverno do estado, despertou hoje paralisada por uma greve convocada pela associação de comerciantes locais e com o apoio da associação de advogados, em protesto pelo atentado ocorrido ontem a cerca de 20 quilômetros da capital de verão, Srinagar.

Um suicida detonou um veículo cheio de explosivos durante a passagem de um comboio formado por ônibus da Força Central de Polícia de Reserva (CRPF), matando pelo menos 42 pessoas, segundo o último balanço divulgado à Efe por uma fonte da sala de controle da Polícia de Srinagar, que pediu o anonimato.

Jammu viveu cenas de tensão na região de Gujjar Nagar, habitada majoritariamente por muçulmanos, na qual "muitos veículos foram destruídos e queimados", afirmou à Efe uma testemunha.

"Elementos antinacionais estão tentando perturbar a harmonia em Jammu", afirmou à imprensa local o inspetor geral da Polícia do distrito, M.K. Sinha.

Um responsável da Polícia do distrito de Pulwama afirmou à Efe que as autoridades reforçaram a presença policial em Kakapora, cidade natal do terrorista suicida que realizou o ataque, Aadil Ahmad, para onde foram ontem milhares de pessoas em sinal de apoio.

Moradores da região confirmaram à Efe a presença de um forte esquema de segurança, mas afirmaram que continua chegando gente à casa de Ahmad para render-lhe homenagem.

"Passam tempo com a família, rezam e vão embora", afirmou uma testemunha.

Os principais líderes separatistas da região lamentaram "qualquer assassinato que aconteça" na Caxemira, em comunicado conjunto assinado por Syed Ali Geelani, Mirwaiz Umar Farooq e Yassin Malik.

"A militarização e a política de mão dura de Nova Délhi para achatar as legítimas aspirações políticas do povo não só falharam, pioraram a situação", afirmaram os separatistas.

Fora da Caxemira, o atentado provocou protestos em várias cidades indianas em apoio às vítimas como Nova Délhi, onde se chegou a realizar três manifestações diferentes, assim como em condenação de países como Estados Unidos, Rússia e China. EFE