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Família de britânica que fugiu para Síria pede ajuda ao Reino Unido

16/02/2019 09h52

Londres, 16 fev (EFE).- A família de Shamima Begum, a estudante britânica que junto com outras duas amigas viajou em 2015 à Síria para se unir ao Estado Islâmico (EI), pediu ao Reino Unido que a ajude a voltar para casa apesar de uma possível condenação.

Begum, de 19 anos, irá dar à luz a um bebê fruto de seu casamento na Síria com um radical islâmico de origem holandesa, mas pediu ajuda urgente ao Reino Unido que poder retornar ao país.

A jovem, do bairro londrino de Bethnal Green, deixou o país quando tinha 15 anos junto com Amira Abase, também de 15 anos, e Kadiza Sultana, que então tinha 16 anos, mas que aparentemente morreu em território sírio em um ataque aéreo russo.

A família declarou hoje aos veículos de imprensa que a jovem é "totalmente inocente" e que tem o direito de viver em "paz e segurança" no Reino Unido, mas admitiu em comunicado se sentir "assombrada" pela falta de arrependimento da garota.

Em entrevista ao jornal britânico "The Times", Shamima Begum falou pela primeira vez na Síria sobre sua vida com o EI e contou que viu "cabeças decapitadas" nos lixo, mas que foi algo que não a incomodou e que teme que o bebê que nascerá possa morrer como outros dois anteriores.

"O bem-estar do bebê não nascido de Shamima é a principal preocupação para a nossa família, e faremos tudo o que pudermos para proteger o bebê que não tem nenhuma culpa destes eventos", acrescentaram os familiares.

O ministro britânico de Interior, Sajid Javid, já indicou que possivelmente serão apresentadas acusações contra a jovem se a mesma voltar ao país.

Em declarações aos veículos de imprensa sobre os combatentes islâmicos que querem retornar, Javid disse que se quiserem voltar "têm que estar preparados para serem interrogados, investigados e possivelmente processados".

A adolescente falou com um jornalista do jornal "The Times" em um campo de refugiados na Síria e relatou que teve outros dois filhos na Síria, mas que ambos morreram por aparente desnutrição.

Em fevereiro de 2015, as três meninas viajaram desde o aeroporto de Gatwick com destino à Turquia depois de dizer aos pais que iriam passear.

Uma vez na Turquia, as adolescentes cruzaram a fronteira à Síria e, após chegar à cidade de Raqqa, permaneceram em uma casa com outras mulheres que iriam se casar com radicais islâmicos.

Segundo Begum, dias depois de chegar à Síria, ela se casou com um jovem holandês de 27 anos que tinha se convertido ao Islã e esteve com ele até há duas semanas, quando deixaram a cidade de Baghuz, o último território do EI no leste sírio.

O EI perdeu a maior parte do território que controlava, incluídos Mossul no Iraque e Raqqa na Síria, embora os combates continuam no nordeste sírio. EFE