Protesto para pedir saída de primeiro-ministro albanês termina em violência

Dezenas de manifestantes tentaram atacar neste sábado (16) a sede do Governo da Albânia em um protesto em massa convocado pela maior força da oposição, o Partido Democrático (PD), para pedir a renúncia do primeiro-ministro socialista, Edi Rama, e a convocação de eleições antecipadas.
Pelo menos seis pessoas ficaram feridas durante o protesto, quatro delas manifestantes com problemas respiratórios devido à inalação de gás lacrimogêneo e outros dois agentes de polícia com lesões leves, segundo fontes oficiais.
O incidente começou quando alguns manifestantes lançaram coquetéis molotov e pedras contra a entrada do edifício e romperam o cordão policial, chegando a destruir um andaime que cobria a entrada e os vidros da porta principal. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.
Dezenas de manifestantes rodearam a entrada do edifício e alguns inclusive subiram no que restava do andaime que cobria a porta, enquanto outros alçavam a bandeira do PD diante da sede do Governo socialista.
A polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes de forma repetida, enquanto eles tentavam entrar na sede de distintas formas.
O presidente do país, Ilir Meta, pediu contenção para evitar os confrontos e a violência e lembrou que "os cidadãos devem protestar livremente e respeitar as instituições".
Por sua vez, o líder do PD - de centro-direita -, Lulzim Basha, acusou Edi Rama de estimular e provocar a violência, já que segundo ele os agentes postados diante do edifício provocaram os manifestantes e depois não opuseram resistência.
"Se (Rama) não renunciar antes desta noite, o povo vai tirá-lo à força e atirá-lo no rio", ameaçou Sali Berisha, ex-primeiro-ministro e ex-presidente do país e deste mesmo partido.
Cerca de 1,3 mil agentes foram mobilizados hoje para garantir o ordem pública na capital da Albânia.
Segundo os organizadores, aproximadamente 50 mil pessoas compareceram desde todo o país em ônibus fretados para ir ao protesto em Tirana contra Rama.
No entanto, enquanto a polícia não proporcionou dados de participação, os organizadores defenderam que trata-se de um dos protestos mais maciços desde a queda do comunismo.
"Governo ladrão!", " Rama vai embora!", são algumas das palavras de ordem dos manifestantes, que levaram bandeiras nacionais e cartazes nos quais inclusive pediam a prisão de Rama e o comparavam com Nicolás Maduro.
Tanto o PD como seu aliado de esquerda na oposição, o Movimento Socialista para a Integração (LSI), acusam Rama de corrupção, de "dirigir um grupo criminoso", de ter afundado o país na pobreza e de ter chegado ao Governo comprando votos com dinheiro do crime organizado.
Rama, primeiro-ministro desde 2013 e cujo Partido Socialista ganhou as eleições gerais em 2017 com uma maioria arrasadora, está na turística cidade de Vlora, desde onde acusou a oposição de tentar arrebatar o poder mediante à violência.
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