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Sudão do Sul desmente relatório da ONU sobre estupro de mulheres

17/02/2019 08h28

Juba, 17 fev (EFE).- As autoridades do Sudão do Sul desmentiram neste domingo o resultado de um relatório da ONU que envolve soldados em pelo menos 134 estupros de mulheres e meninas cometidos entre setembro e dezembro de 2018.

A presidente do comitê governamental que investiga o caso, Awut Deng Acuil, disse à Agência Efe que a organização não conseguiu nenhuma prova que corrobore as alegações de que houve estupros no estado de Unity, no norte do país, como assegura a ONU.

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"As mulheres e meninas com quem falamos em Bentiu, capital do estado, afirmaram que estes relatórios não são verídicos, não tinham informação sobre estes relatórios sequer", afirmou Deng Acuil, que também é ministra de Gênero e Bem-Estar Social.

A Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) recebeu denúncias de pelo menos 134 estupros de mulheres e meninas entre setembro e dezembro de 2018 na região de Unity, em zonas controladas por tropas governamentais, segundo um relatório publicado na sexta-feira pelo Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Os estupros sistemáticos foram denunciados pela UNMISS e pela ONG Médicos Sem Fronteiras no início de dezembro.

A ministra acusou os Médicos Sem Fronteiras de "não colaborar" com o comitê governamental e de não apresentar detalhes sobre o seu relatório, no qual acusou a um grupo armado de estuprar um grupo de mulheres na cidade de Koch.

O porta-voz do estado de Liech, que faz parte de Unity, Lam Tunguar, disse à Efe que o relatório da ONU "carece de veracidade".

"A zona que foi palco destes supostos incidentes está dominada totalmente das forças do Governo e não há nada disso", disse Tunguar.

O relatório da ONU afirmou que apesar de os ataques contra a população civil terem diminuído consideravelmente desde o acordo de paz, assinado em agosto, a violência sexual permanece "de forma endêmica" no país.

Os autores dos estupros são, em muitos casos, "soldados de diferentes facções, incluindo jovens milicianos que ainda não foram integrados em grupos incluídos nos acordos de paz", disse o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville, em entrevista coletiva em Genebra na sexta-feira.

"Estas mulheres que são estupradas nos caminhos quando vão buscar comida, água, lenha, aos poucos dias têm que voltar a fazer essas mesmas rotas", relatou Colville. EFE

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