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Alemanha afirma estar em conversas com EUA sobre europeus integrantes do EI

18/02/2019 12h16

Berlim, 18 fev (EFE).- O governo da Alemanha declarou nesta segunda-feira que mantém conversas com os Estados Unidos relativas ao pedido do presidente Donald Trump para que seus aliados europeus se responsabilizem por seus nacionais integrantes do Estado Islâmico (EI) capturados na Síria.

"Já houve conversas com a parte americana e estamos em estreita coordenação com os aliados europeus", sobretudo com a França e o Reino Unido, disse o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, em entrevista coletiva de rotina.

O porta-voz acrescentou que Berlim observa com detalhe os atuais eventos e afirmou que efetivamente está pensando em como abordar a questão dos combatentes e suas famílias capturados no nordeste da Síria.

Por outro lado, um porta-voz do Ministério do Interior falou de um número de cidadãos alemães retidos pelas forças curdas inferior a 100, e detalhou que 1.050 cidadãos alemães partiram para Síria e Iraque desde 2013, e um terço deles já retornou ao território alemão, enquanto cerca de 200 morreram.

O porta-voz de Interior ressaltou que "todos os cidadãos alemães têm fundamentalmente o direito de retornar à Alemanha" e responder à Justiça em seu país.

Já o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Rainer Breul, mencionou as dificuldades para prestar assistência consular aos detidos, já que a Alemanha não conta com representação diplomática na Síria, o que também impede a confirmação da cidadania dos supostos presos alemães.

Além disso, a porta-voz do Ministério da Justiça lembrou que a Alemanha não tem acordo de extradição com o Iraque e a Síria.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, disse ontem em um programa de televisão que considera o pedido de Trump de levar os combatentes capturados na Síria à Justiça em seus países de origem de "uma possibilidade dificilmente realizável".

Maas acrescentou que isso só seria possível se houvesse garantia de que um processo efetivamente seria aberto imediatamente contra essas pessoas enquanto elas estão em prisão preventiva.

Para isso, em primeiro lugar é necessário um processo de investigação que, na atualidade, não se pode garantir, concluiu o ministro alemão. EFE