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Governo do Paraguai reitera existência de "agentes corruptos" na polícia

18/02/2019 13h46

Assunção, 18 fev (EFE).- O ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, lamentou nesta segunda-feira a existência de corrupção na Polícia Nacional e garantiu que não haverá tolerância, após o suposto envolvimento policial no desaparecimento de cinco veículos de alto padrão apreendidos em um operação antinarcóticos.

Os veículos, que supostamente pertenciam ao narcotraficante Sergio de Arruda Quintiliano, conhecido como "Minotauro", preso no Brasil, desapareceram na semana passada em um prédio sob custódia policial em Ciudad del Este, segunda maior do Paraguai.

A respeito, o Ministério do Interior explicou em comunicado que os policiais encarregados de resguardar o depósito pediram autorização à Promotoria para realizar um controle aleatório, deixando o local sem proteção.

Nesse sentido, Villamayor disse aos veículos de imprensa que os agentes que estiveram a cargo da guarda desses veículos "estão todos processados" e que seu departamento enviará um relatório ao Ministério Público.

"Eu trabalho com uma polícia que tem agentes muito bons e tem agentes corruptos. E ninguém pode negar este fato", expressou Villamayor.

O ministro indicou que os agentes corruptos têm "as portas abertas" para sair da polícia e reivindicou que todos os oficiais têm que "se submeter às normas" porque, caso contrário, serão processados.

"Aqui não se trata de confiança, se trata que todos devem ajustar seus comportamentos ao estabelecido pelas normas", acrescentou o titular do Interior.

Os veículos foram apreendidos no começo de mês em uma operação na cidade de Pedro Juan Caballero, fronteiriça com o Brasil, que terminou com a detenção de 15 pessoas, supostos "soldados" do "Minotauro", considerado um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A polícia brasileira prendeu Arruda em 4 de fevereiro em uma operação na cidade de Balneário Camboriú.

De acordo com as investigações, que duraram seis meses, Arruda é um chefe regional do PCC e sua principal função era o "tráfico de drogas originárias da Bolívia e introduzidas no Brasil" através da fronteira sul com o Paraguai. EFE