Cemitério judaico na França é profanado em pleno aumento de atos antissemitas

Paris, 19 fev (EFE).- Cerca de 80 túmulos de um cemitério judaico de Quatzenheim, perto de Estrasburgo, apareceram profanados nesta terça-feira, em um momento em que ocorre um aumento de atos antissemitas na França que gerou a condenação generalizada da classe política.

O deputado Sylvain Waserman, que foi prefeito de Quatzenheim durante dez anos, explicou no Facebook que foram encontradas suásticas pintadas nos túmulos desse cemitério, que existe desde 1795.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, denunciou no Twitter que "estes atos repugnantes são uma injúria à memória do nosso país, aos valores da alma do nosso povo" e afirmou que fará o possível para que os responsáveis não fiquem impunes.

Castaner acrescentou à emissora "RTL" que o presidente, Emmanuel Macron, visitará o local ainda hoje "para prestar homenagem à história da França", da qual os judeus fazem parte, destacou.

A visita está prevista antes de Macron visitar o Memorial do Holocausto de Paris, junto aos presidentes do Senado e da Assembleia Nacional para, como ele mesmo disse, ressaltar que o antissemitismo é "a negação da República e da França".

Em 2018, foram registrados na França 541 atos antissemitas, 74% a mais que no ano anterior.

"Cada vez que um francês, por ser judeu, é insultado ou ameaçado, ou inclusive pior, é ferido ou assassinado, toda a República é atingida também", disse Macron após ter se reunido hoje com a presidente da Geórgia, Salomé Zourabichvili.

Depois do ato no Memorial do Holocausto, os partidos políticos - por iniciativa dos socialistas - convocaram concentrações de repulsa contra a onda de antissemitismo, que em parte proliferou em paralelo aos protestos dos "coletes amarelos". EFE