Cuba nega acusação de ingerência na Venezuela e pede provas aos EUA
Havana, 19 fev (EFE).- O governo de Cuba negou nesta terça-feira a "infame acusação" dos Estados Unidos de que o país mantém um exército privado na Venezuela, exigiu que a Casa Branca apresente provas e pediu que a comunidade internacional se una para impedir uma intervenção militar contra Nicolás Maduro.
"Cuba chama a comunidade internacional a apoiar a paz e contra uma intervenção militar na Venezuela", afirmou o ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, em entrevista coletiva.
O chanceler reafirmou ter ciência de movimentos militares incomuns dos EUA e de outros incêndios que sugerem uma iminente intervenção na Venezuela.
Além disso, pediu uma "mobilização internacional contra a guerra", acima das diferenças políticas e ideológicas.
"Continua a preparação de uma ação militar com o pretexto humanitário. Estão ocorrendo voos de transporte militar americano, com origem em instalações militares americanas, onde operam unidades das forças especiais e do corpo de fuzileiros navais, utilizadas para realizar ações secretas", afirmou o chanceler.
Perguntado sobre o posicionamento de Cuba caso ocorra uma intervenção militar americana na Venezuela, o ministro afirmou que o país quer impedir que isso ocorra.
"É hora de nos unir e atuar a tempo de pará-la", ressaltou.
O chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país em janeiro, disse que a ajuda humanitária enviada pelos EUA entrará na Venezuela no sábado.
Rodríguez também criticou as pressões dos EUA sobre o Conselho de Segurança da ONU para forçar a aprovação de uma resolução para permitir uma intervenção humanitária na Venezuela.
"Pedimos que o Conselho de Segurança faça prevalecer sua responsabilidade como principal garantidor da paz e da segurança internacional, não se prestando a aventuras militares", disse.
"O governo de Cuba chama a comunidade internacional a atuar em defesa da paz, a evitar, com o esforço conjunto de todos, sem exceção, uma intervenção militar na Venezuela", completou Rodríguez.
O chefe da diplomacia cubana também disse apoiar o Mecanismo de Montevidéu, proposto por Uruguai, México e a Comunidade do Caribe, que tenta, segundo ele, encontrar uma solução baseada no diálogo e que respeite a soberania e a independência da Venezuela.
O discurso de Trump ontem, em Miami, também foi criticado por Rodríguez. Na ocasião, o presidente afirmou que os EUA nunca serão um país socialista e acusou Cuba de controlar a Venezuela.
"Quantas vezes figuras nos EUA anunciaram o fim do socialismo? O governo Trump é amoral e polariza a sociedade com ódio e divisão. Rejeitamos as tentativas de intimidação contra aqueles que decidiram construir e defender o socialismo", afirmou Rodríguez. EFE
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