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"Rainha do marfim" é condenada a 15 anos de prisão na Tanzânia

19/02/2019 13h23

Dar es Salaam, 19 fev (EFE).- A cidadã chinesa Yang Fenglan, de 69 anos e conhecida como a "Rainha do Marfim", foi condenada a 15 anos de prisão na Tanzânia por traficar mais de 800 presas do elefante entre 200 e 2014, informaram nesta terça-feira fontes judiciais.

"A Promotoria provou o caso", informou aos veículos de imprensa locais o juiz Huruma Shaidi, da Corte de Kisutu, localizada na capital de Dar es Salaam.

Fenglan foi declarada culpada, junto a outros dois acusados de origem tanzaniana - identificados como Salivius Matembo e Emanasse Philemon - de liderar uma das maiores redes de contrabando de marfim na África com destino ao continente asiático.

Segundo fontes policiais, a condenada vive na Tanzânia desde a década de 70, e em outubro de 2015, data na qual foi detida, ocupava um alto cargo do Conselho Empresarial China-África da Tanzânia.

Fazendo uso de um restaurante chinês como cobertura, Yang estabeleceu uma rede de fornecimento internacional de marfim, transportando toneladas deste material até o pujante mercado de seu país de origem.

Junto aos tanzanianos, a contrabandista chinesa chegou a enterrar presas de centenas de elefantes nos jardins de suas duas residências, segundo veículos de imprensa locais, e inclusive financiou caçadores ilegais que operavam em áreas protegidas.

Os grupos defensores dos animais calculam que os caçadores ilegais matam cerca de 30 mil elefantes africanos por ano para por suas presas.

A sobrevivência a longo prazo desta espécie está ameaçada pelo comércio de marfim, material ao qual atribuem propriedades medicinais e afrodisíacas em países asiáticos como China e Vietnã, último destino de muitas destas cargas ilegais. EFE