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Comissão do Senado da França denuncia graves falhas nas operações do Governo

20/02/2019 10h48

Paris, 20 fev (EFE).- A comissão de investigação criada no Senado da França para analisar as ações de Alexandre Benalla, controverso colaborador do presidente Emmanuel Macron até o ano passado, denunciou nesta quarta-feira "sérias falhas" nas operações do Palácio do Eliseu.

O conteúdo das conclusões da comissão representa um desafio para Macron, em particular porque questiona o testemunho que sob juramento fizeram três de seus mais próximos colaboradores: o chefe de gabinete, Patrick Strzoda, o secretário-geral, Alexis Kohler, e o general Lionel Lavergne, chefe de sua segurança.

Os três depoimentos tiveram "omissões", "incoerências" e "contradições" e isso poderia ter consequências legais para eles.

De fato, o integrante da comissão Jean-Pierre Sueur afirmou que quer que Senado leve à Promotoria os depoimentos de Stzoda, Kohler e Lavergne para que investigue se houve falso testemunho ou se "omitiram uma parte significativa da verdade", como suspeitam.

Outro membro da comissão, Philippe Bas, afirmou que a atuação de Benalla "na segurança do presidente da República foi afetada" e que houve múltiplas irregularidades.

Bas afirmou que Benalla, que cumpria missões de segurança para Macron até que foi demitido em julho em meio a um escândalo político quando foi revelado que tinha participado irregularmente na repressão de manifestantes em de 1 de maio, tinha poderes excessivos, mesmo diante de seu falta de experiência.

Em carta ao presidente do Senado, Gérard Larcher, a comissão reivindica que a Câmara Alta peça à Justiça que abra um procedimento por falso testemunho diante dos depoimentos de Benalla e de Vincent Crase, antigo responsável da segurança do partido de Macron.

Tanto Benalla como Macron, acusados de atuar contra manifestantes em 1 de maio junto às forças da ordem sem ter autorização para isso, estão presos desde terça-feira por descumprir o controle judicial ao qual estavam submetidos, e em particular, por terem violado a proibição de contato entre ambos. EFE