EUA classificam ameaça de Putin sobre escalada nuclear como "propaganda"
Washington, 20 fev (EFE).- Os Estados Unidos tacharam nesta quarta-feira de "propaganda" a ameaça do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que dirigirá seu armamento nuclear contra o território americano, como durante a Guerra Fria, se Washington posicionar mísseis de médio e curto alcance na Europa.
"As declarações do presidente Putin são uma continuação do esforço de propaganda da Rússia para evitar assumir sua responsabilidade pelas violações do Tratado INF", disse à Agência Efe uma porta-voz do Departamento de Estado, que pediu anonimato.
A Casa Branca suspendeu neste mês sua participação no Tratado INF com a Rússia, destinado a eliminar todos os mísseis nucleares e convencionais de curto e médio alcance das duas potências, e em agosto se retirará formalmente do mesmo a não ser que o governo russo corrija as violações que os EUA lhe acusam de cometer.
No seu discurso anual do Estado da Nação, Putin advertiu nesta quarta-feira os Estados Unidos para que não instalem mísseis no continente europeu, porque, caso contrário, enfrentarão medidas tantas "simétricas como assimétricas".
"A Rússia se verá obrigada a fabricar e instalar tipos de armamento que podem ser utilizados não só contra os territórios de onde provenha a ameaça direta, mas também contra os territórios onde se encontrem os centros de tomada de decisões", alertou o presidente russo.
Perguntada a respeito, a porta-voz do Departamento de Estado ressaltou que é a Rússia que tem um "programa encoberto de mísseis" que viola o Tratado INF, e tentou diminuir o alarme a respeito dos planos nucleares dos Estados Unidos.
"Ao contrário da Rússia, que está tentando criar muitos sistemas armamentísticos, incluindo armas nucleares não-estratégicas, os Estados Unidos cumprem absolutamente com o estabelecido no Tratado INF", assegurou.
A fonte garantiu que o sistema de combate Aegis Ashore instalado na Romênia e sob construção na Polônia "cumpre completamente" com os termos desse tratado, "e não é capaz de lançar mísseis ofensivos, como os Tomahawk".
"Além disso, não estamos buscando um desenvolvimento similar (ao da Rússia) de novos e exóticos sistemas de lançamento de armas nucleares", completou a porta-voz.
Os EUA defendem que, devido a esse suposto respeito do Tratado INF, não poderá instalar imediatamente mísseis quando entrar em vigor sua retirada do pacto em agosto, e que ainda resta "tempo" para decidir se quer fazê-lo, segundo palavras de um alto funcionário que falou com os jornalistas neste mês.
A porta-voz consultada pela Efe não descartou que possam ser instaladas novas capacidades nucleares na Europa no futuro, ao assinalar que "os Estados Unidos trabalharão com seus aliados e parceiros para proteger sua segurança". EFE
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