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Jovem que viralizou ao desafiar nativo nos EUA processa jornal por difamação

20/02/2019 09h28

Washington, 20 fev (EFE).- O jovem seguidor do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que esteve há um mês no foco da opinião pública mundial por um vídeo viral no qual aparece zombando e desafiando um homem indígena, processou o jornal "The Washington Post" por difamação.

No processo, o jovem Nicholas Sandmann, de 16 anos, pede uma indenização de US$ 250 milhões ao jornal por "acusações falsas e difamatórias", segundo publicou o próprio "The Washington Post".

O incidente ocorreu em 18 de janeiro no Monumento a Abraham Lincoln na cidade de Washington.

Na ocasião, Sandmann e seus companheiros de uma escola católica masculina do estado do Kentucky visitavam a capital federal para participar de uma manifestação contra o aborto e vestidos com trajes pró-Trump zombaram e desafiaram do indígena americano Nathan Phillips.

O vídeo do incidente se tornou viral no mundo todo e foi usado como exemplo dos comportamentos racistas que aumentaram no país com a chegada de Trump ao poder, mas também incentivou ainda mais a divisão visceral entre ideologias.

O próprio Trump saiu em defesa de Sandmann e de seus companheiros, "transformados", segundo o presidente, "em símbolos das notícias falsas".

Embora a princípio Sandmann tenha dito que o que realmente queria era evitar um enfrentamento com Phillips, com o apoio de Trump e da diocese de Covington (Kentucky), que não viu comportamentos racistas em seus estudantes, adotou o papel de vítima.

No processo contra o "The Washington Post", Sandmann afirma que o jornal "participou de uma forma moderna de macarthismo" contra si para "fomentar sua conhecida e documentada agenda contra Trump".

Sandmann acusa o jornal de publicar uma série de artigos falsos e difamatórios "para desprestigiar um jovem que, na sua opinião, era uma vítima aceitável na guerra contra o presidente".

O jornal, por sua vez, afirma que estuda o caso e medidas para sua "forte defesa". EFE