AI denuncia que líder da oposição de Camarões pode ser condenado à morte
Nairóbi, 21 fev (EFE).- O principal líder da oposição na República dos Camarões, Maurice Kamto, acusado de insurreição, rebelião e hostilidade à pátria, comparece nesta quinta-feira diante de um tribunal militar, e por conta dessas acusações pode ser condenado à pena de morte, segundo denúncia da Anistia Internacional (AI).
Kamto foi preso no dia 28 de janeiro, poucos dias depois de seu partido convocar manifestações contra o presidente Paul Biya e sua reeleição nas eleições classificadas pela oposição como fraudulenta, juntamente com seis outros membros do seu partido, o Movimento para o Renascimento de Camarões (MRC).
Em segundo lugar nas eleições presidenciais em outubro passado, Kamto permaneceu em paradeiro desconhecido até que a noite do dia 12, quando foi levado para o presídio de segurança máxima de Kondengui, em Iaundé, e um tribunal militar apresentou as acusações contra ele.
De acordo com o AI, essas acusações podem levar à pena de morte em Camarões, uma condenação que está na legislação do país, mas que não é aplicada há pelo menos dez anos.
"É terrível que as autoridades camaronesas estejam considerando que Maurice Kamto seja condenado à morte apenas por se atrever a participar de um protesto pacífico", disse hoje a diretora regional para a África Ocidental e Central, Marie-Evelyne Petrus Barry.
A ONG criticou que membros da oposição, sendo civis, estejam sendo julgados por um tribunal militar e pediram que acabasse "este impiedoso ataque às vozes dissidentes".
As autoridades acusaram o líder da oposição de incentivar as manifestações "não autorizadas" em todo o país no dia 26 de janeiro, durante o qual pelo menos uma dúzia de ativistas ficaram feridas e 131 outros foram presos em cidades como Iaundé, Duala, Bangangte e Bafoussam, de acordo com seus advogados.
Os manifestantes exigiram uma recontagem dos resultados das eleições presidenciais disputadas no dia 7 de outubro de 2018, em que Kamto ficou em segundo com 14,23% dos votos, contra 71,28% do presidente camaronês Paul Biya, que está no poder desde 1982. EFE
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