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Áustria não repatriará cidadãos que combateram em fileiras do Estado Islâmico

21/02/2019 12h37

Viena, 21 fev (EFE).- O Governo da Áustria rejeitou a possibilidade de repatriar os cidadãos que se uniram às fileiras do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria para julgá-los por terrorismo.

"Não vamos fazer nada para trazer pessoas que participaram ou apoiaram as atrocidades terroristas no exterior de volta à Áustria", assegurou o ministro do Interior, o ultranacionalista Herbert Kickl, no Facebook.

"Não entendo que devemos importar terroristas e simpatizantes do EI que supõem uma bomba-relógio para nossa população", acrescenta.

Segundo Kickl, "a segurança da população austríaca está em primeiro lugar. Não necessitamos de combatentes e nem de partidários do EI aqui".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu no domingo que seus aliados da Europa cuidassem dos casos de centenas de combatentes do EI capturados na Síria com passaporte europeu para evitar que sejam libertados.

Estes combatentes estrangeiros do EI são prisioneiros das Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por milícias curdas que afirma ter detido mais de 1,3 mil jihadistas estrangeiros.

As FSD lideram desde setembro uma ofensiva contra os últimos redutos da organização extremista na Síria, com a cobertura aérea da coalizão internacional e o apoio das tropas americanas no terreno.

As FSD afirmam que não têm "tribunais reconhecidos" para julgá-los e alertam que, se nem os países de origem e nem as Nações Unidas cuidam dos mesmos, poderia ser obrigada a libertar os prisioneiros.

Segundo as forças de segurança austríacas, até 300 cidadãos deste país centro-europeu podem ter se unido ao EI nos últimos anos, embora muitos deles tenham morrido e outros já retornado.EFE