Especialistas da ONU condenam Indonésia por uso de serpente em interrogatório
Genebra, 21 fev (EFE).- Cinco relatores da ONU condenaram nesta quinta-feira o racismo e a violência mostrados pela polícia indonésia contra os indígenas de Papua no leste do país e pediu que o país investigue um recente caso no qual um detido dessa etnia foi torturado com uma serpente durante um interrogatório.
"É preciso iniciar rapidamente investigações imparciais diante das várias denúncias de assassinatos, detenções ilegais e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes contra os indígenas de por parte da polícia e do exército da Indonésia nas províncias de Papua e Papua Ocidental", diz o comunicado dos relatores.
A condenação surge por causa de um vídeo publicado na internet no qual um jovem de traços indígenas que aparentemente tinha roubado um telefone celular é interrogado pela polícia indonésia com uma serpente enroscada ao redor de seu corpo, enquanto os agentes riem e dirigem a cabeça do réptil para o rosto do detido.
"O caso mostra um estendido padrão de violência, detenções arbitrárias e métodos próximos à tortura por parte de policiais e militares em Papua", denunciaram os especialistas, entre eles Victoria Tauli Corpuz, relatora para os direitos dos povos indígenas.
"É um sintoma da discriminação e do racismo que esses indígenas enfrentam", ressaltou no documento, no qual apontou que métodos como o que agora chocou a opinião pública também são usados contra ativistas de direitos humanos na Indonésia e independentistas de Papua Ocidental.
A metade ocidental da ilha de Nova Guiné pertence à Indonésia desde 1969 e é palco de um conflito independentista há cinco décadas que se intensificou a partir de 1963, quando a Holanda se retirou de sua até então colônia.
A outra metade oriental da ilha é o principal território de outro país, Papua Nova Guiné. EFE
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