Guaidó exige a militares que entreguem responsáveis de ataque a indígenas
Caracas, 22 fev (EFE).- O presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, Juan Guaidó, que há um mês se autoproclamou presidente interino do país, exigiu que os militares situados na fronteira com o Brasil entreguem os responsáveis pelo ataque ocorrido nesta sexta-feira contra um grupo de indígenas que deixou um morto.
Através de uma mensagem no Twitter, Guaidó exigiu aos generais Jesús Mantilla Oliveros, e Alberto Mirtiliano Bermúdez: "Ou capturam e entregam os responsáveis da repressão e assassinato dos irmãos pemones em Kumarakapay que apoiam a ajuda humanitária, ou os senhores serão responsabilizados".
Guaidó garantiu que o crime "não ficará impune" e pediu aos militares que decidam "de que lado estão nesta hora definitiva".
"A todos os militares: entre hoje e amanhã os senhores definirão como querem ser lembrados. Já sabemos que estão com o povo, os senhores nos deixaram muito claro. Amanhã poderão demonstrá-lo", insistiu o líder opositor.
Com essa declaração, Guaidó se referia ao fato de que forças opositoras lideradas por ele esperam conseguir amanhã a entrada da ajuda humanitária que se encontra armazenada na cidade colombiana de Cúcuta, onde nesta sexta-feira acontece uma grande apresentação musical em apoio à entrada destes recursos dirigidos aos mais necessitados na Venezuela.
Mais cedo, os deputados opositores do estado de Bolívar, que faz fronteira com o Brasil, denunciaram a morte de uma mulher em um enfrentamento entre as forças armadas e uma comunidade indígena que "defende" a entrada da ajuda humanitária no país.
O enfrentamento deixou pelo menos 15 feridos por disparos, três deles com gravidade, segundo disseram os parlamentares Américo de Grazia e Ángel Medina no Twitter.
Segundo De Grazia, os enfrentamentos começaram ontem, dia em que o governante Nicolás Maduro ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil.
Apenas três dos feridos foram transferidos imediatamente para um centro de saúde devido à sua gravidade, pois, segundo De Grazia, não há gasolina nem ambulâncias para levar os restantes.
Guaidó reafirmou na quinta-feira em um "decreto presidencial" a autorização para a entrada da ajuda humanitária que o governo de Maduro se recusa a aceitar e pediu aos militares que agissem de acordo com sua instrução.
O líder opositor reiterou que a ajuda entrará na Venezuela "sim ou sim" e, para isso, se deslocou para a fronteira junto com um grupo de deputados e voluntários. EFE
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