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Ambulâncias chegam ao Brasil com mortos e feridos em confrontos na Venezuela

23/02/2019 17h30

(Atualiza com chegada de segunda ambulância).

Pacaraima (Brasil), 23 fev (EFE).- Duas ambulâncias nas quais supostamente estão sendo transportados mortos e feridos cruzaram neste sábado a fronteira da Venezuela com o Brasil, onde duas caminhonetes com ajuda humanitária para o país caribenho aguardam para entrar em território venezuelano, após o fechamento ordenado desde quinta-feira pelo governo de Nicolás Maduro.

Uma primeira ambulância procedente da Venezuela com feridos cruzou pelas centenas de manifestantes antichavistas que se aglomeram na divisa entre ambos países e entrou em território brasileiro.

Minutos depois a cena se repetiu. Uma segunda ambulância passou pelo mesmo local. Segundo membros da Cruz Vermelha venezuelana, no veículo há quatro mortos e três feridos.

A passagem das duas ambulâncias coincide com um suposto novo confronto no lado venezuelano entre a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada) e os habitantes do estado Bolívar, segundo denunciou o deputado opositor Américo De Grazia.

Aparentemente, no lado venezuelano está acontecendo uma manifestação até a linha da fronteira com o Brasil, da qual participam vários deputados antichavistas, que estariam instalados em Santa Elena de Uairén, no estado Bolívar.

Centenas manifestantes antichavistas se aglomeram na fronteira entre ambos os países, na cidade de Pacaraima, à espera de que os militares venezuelanos abram o acesso para que os dois veículos, carregados com alimentos e remédios, entrem na Venezuela.

As duas caminhonetes continuam estacionadas em uma área considerada como neutra e a cerca de 300 metros do posto de controle fronteiriço da Venezuela, que está custodiado por militares venezuelanos que impedem o seu acesso.

Ontem, outras duas ambulâncias já tinham cruzaram a divisa entre ambos os países e transferiram sete pessoas feridas em incidentes ocorridos em uma comunidade indígena venezuelana.

Esses feridos foram levados ao Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, onde fontes médicas explicaram que todos foram baleados e três deles estão em estado grave.

Segundo deputados antichavistas, os fatos ocorreram durante um protesto de indígenas da etnia pemón que exigiam que a passagem da ajuda humanitária fosse permitida e foram reprimidos pelas autoridades venezuelanas.

De acordo a informações procedentes da Venezuela, pelo menos duas pessoas morreram nesses distúrbios e um total de 15 ficaram feridas, das quais várias foram levadas ao Brasil para receber tratamento. EFE