Integrantes da GNB venezuelana desertam e pedem proteção à Colômbia
Cúcuta (Colômbia), 23 fev (EFE).- Ao menos quatro integrantes da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) desertaram neste sábado na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia e solicitaram proteção às autoridades colombianas, informaram fontes oficiais.
"Três integrantes da guarda venezuelana acabam de desertar da ditadura de Nicolás Maduro na Ponte Internacional Simón Bolívar e solicitaram ajuda à Alfândega da Colômbia", indicou este órgão em uma curta mensagem enviada aos veículos de imprensa.
Posteriormente, a autoridade alfandegária da Colômbia acrescentou que um sargento venezuelano também desertou na Ponte Francisco de Paula Santander.
Os integrantes da GNB que se entregaram na Ponte Internacional Simón Bolívar são o tenente Richard Sánchez Zambrano e os sargentos-majores Edgar Torres Valera e Óscar Suárez Torres.
Os três primeiros membros da guarda venezuelana que desertaram foram recebidos com aplausos e ovações e, visivelmente emocionados, cumprimentaram as pessoas presentes na passagem fronteiriça.
Abraçados por funcionários da Alfândega da Colômbia, os militares seguiram para Cúcuta, onde serão assistidos.
Durante a deserção, o veículo blindado no qual os integrantes da GNB se locomoviam rompeu as barreiras instaladas pelo governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na ponte e atropelou duas pessoas.
O fato acontece no mesmo dia em que o presidente colombiano, Iván Duque, lidera o envio à Venezuela de ajuda humanitária, junto do autoproclamado presidente interino deste país, Juan Guaidó, que ontem fez sua primeira aparição internacional em Cúcuta durante o show "Venezuela Aid Live".
A essa missão também se uniram os chefes de Estado de Chile, Sebastián Piñera; Paraguai, Mario Abdo Benítez, e o secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
A tentativa de envio de ajuda humanitária começou às 9h locais (11h em Brasília), com caminhões que pretendem atravessar várias passagens fronteiriças.
No entanto, o governo venezuelano informou ontem que fechou "totalmente" a fronteira com a Colômbia diante de supostas "ameaças" à sua soberania.
Esta medida aconteceu horas depois que Maduro ordenou o fechamento das ligações com as ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao, todos territórios do reino dos Países Baixos (Holanda), e fechou a fronteira com o Brasil, onde também estão sendo armazenados mantimentos para os venezuelanos.
Ontem, duas pessoas morreram na fronteira entre a Venezuela e o Brasil depois que Maduro decretou o fechamento total da passagem.
O deputado opositor venezuelano Américo De Grazia informou que uma mulher e um homem pertencentes a uma comunidade indígena da Venezuela morreram após um enfrentamento com integrantes da GNB em uma tentativa de reabrir a passagem fronteiriça. EFE
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