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Ministros britânicos garantem que parlamento evitará um Brexit sem acordo

23/02/2019 12h34

Londres, 23 fev (EFE).- Três ministros do governo do Reino Unido garantiram neste sábado que o parlamento agirá para solicitar uma ampliação do prazo de saída da União Europeia (UE) e evitar uma ruptura não negociada se não houver um consenso nos próximos dias.

"Se não houver um grande avanço na próxima semana, o equilíbrio de opiniões no parlamento está claro: seria melhor tentar estender o artigo 50 (do Tratado de Lisboa) e adiar a data de nossa saída antes de deixar a União Europeia em 29 de março", afirmaram esses três ministros em artigo publicado no jornal "Daily Mail".

O titular de Justiça, David Gauke; a de Trabalho e Previdência, Amber Rudd, e o responsável de Comunidades e Governo Local, Greg Clark, todos eles membros da facção considerada pró-europeia do governo, assinam o artigo.

"É o momento de que muitos de nossos colegas conservadores do Grupo de Investigações Europeias (eurocéticos) reconheçam que o parlamento impedirá um Brexit desastroso sem acordo", escreveram os ministros.

A primeira-ministra, a conservadora Theresa May, deve submeter à votação na próxima quarta-feira na Câmara dos Comuns diversas emendas sobre o roteiro do Brexit, caso não tenha alcançado até lá um novo acordo com Bruxelas sobre os termos de saída.

Os deputados podem decidir então apresentar uma cláusula dirigida a obrigar o governo a solicitar à UE uma prorrogação do prazo de saída do bloco comunitário, um pedido que deve ser aprovado pelos 27 países restantes do bloco.

"A primeira-ministra está trabalhando duro para garantir que tenhamos um pacto com a União Europeia que nos permita cumprir com o resultado do referendo (de 2016). É nisto que toda a energia do gabinete deveria se concentrar", afirmou um porta-voz de Downing Street, o escritório oficial de May.

Por outro lado, o jornal "The Guardian" revelou que a facção mais eurocética do gabinete de governo quer que a primeira-ministra renuncie nos próximos meses se conseguir fazer com que o parlamento aprove um acordo sobre o Brexit.

O grupo considera que devem ocorrer eleições primárias no partido ainda este ano para que um eventual sucessor de May dirija a "próxima fase" de negociações com Bruxelas.

O trabalho para forjar a futura relação comercial entre ambos os lados do Canal da Mancha não começará até que o Reino Unido tenha deixado a UE.

Desde o referendo no qual a opção de deixar a UE saiu vitoriosa, há mais de dois anos e meio, o governo dedicou 104 milhões de libras (120 milhões de euros) em trabalhos de consultoria para preparar sua saída do bloco comunitário, segundo revelou uma análise elaborada pela emissora pública "BBC". EFE