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Itamaraty acusa regime de Maduro de cometer atos violentos na fronteira

24/02/2019 07h58

Brasília, 24 fev (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores condenou neste domingo de forma "mais veemente" os "atos de violência" cometidos "pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro" nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia e que deixaram vários mortos e dezenas de feridos.

"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro", afirmou o Itamaraty em comunicado emitido na madrugada deste domingo.

Trata-se da primeira reação oficial do governo de Jair Bolsonaro aos graves incidentes que ocorreram ontem nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia, dentro da operação coordenada por vários países para levar alimentos e remédios ao país vizinho.

Para o governo brasileiro, esses incidentes violentos são um "brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se".

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, impediu ontem a entrada no país da ajuda humanitária solicitada pelo presidente da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país em janeiro e foi reconhecido por cerca de 50 países, entre eles o Brasil e os Estados Unidos.

Nas divisas com o Brasil e a Colômbia, a polícia da Venezuela usou a força ontem para impedir que grupos de venezuelanos realizassem um cordão humanitário com o objetivo de facilitar a entrada da ajuda carregada por caminhões.

Na fronteira com a Colômbia, calcula-se que houve pelo menos 285 feridos. Já na divisa com o Brasil, a oposição venezuelana fala de 14 mortos e mais de 20 feridos por disparos na cidade de Santa Elena de Uairén, no estado de Bolívar.

O Itamaraty fez um apelo à comunidade internacional, "sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população". EFE