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Argentinos protestam em Buenos Aires para que menina estuprada possa abortar

25/02/2019 16h37

Buenos Aires, 25 fev (EFE).- O centro de Buenos Aires foi palco nesta segunda-feira de um protesto que exige que uma menina de 11 anos, estuprada pelo companheiro de sua avó, de 65 anos, na província de Tucumán, tenha direito a interromper sua gravidez.

"O motivo do encontro de hoje é exigir que a província de Tucumán aplique o protocolo de interrupção legal da gravidez (ILE) no caso de uma menina de 11 anos que o solicitou explicitamente. Ela foi estuprada pelo companheiro de sua avó", afirmou em entrevista à Efe María Alicia Gutiérrez, integrante da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito.

A menina está no quinto mês de gravidez e foi internada em um hospital de Tucumán, onde solicitou autorização para abortar.

"Essa menina que recorreu ao sistema público de saúde com sua mãe para solicitar o aborto disse explicitamente que esse era o seu desejo e está internada no hospital de Tucumán. De certa maneira, ela está sequestrada pelo sistema de saúde", denunciou Gutiérrez.

A porta-voz da plataforma Juntas à Esquerda, Zele Fierro, disse que o pedido para que o aborto fosse realizado ocorreu há duas semanas.

"Apesar de elas terem pedido a interrupção (da gravidez), eles seguem adiando o procedimento. Faz 15 dias que ele foi pedido. Qualque tipo de demora é uma tortura para ela", afirmou.

O protesto, convocado por várias organizações sociais, ocorreu em frente à Casa de Tucumán em Buenos Aires. As manifestantes pediam que as autoridades aplicassem uma medida prevista na lei desde 1921.

"É responsabilidade do Estado que isso ocorra porque a ILE é de 1921. Para casos de estupros, é permitido legalmente o abordo. Desde 2012 tem que ser feito", ressaltou Fierro.

Elas também pediram a legalização do aborto na Argentina.

"É necessário nos mobilizarmos nesses casos para brigarmos por nossos direitos, pela educação sexual integral para decidir, pelos anticoncepcionais para não abortar e pelo aborto legal, seguro e gratuito para não morrer", concluiu a ativista. EFE