Topo

Ataque na região central da RDC deixa dez combatentes e três civis mortos

25/02/2019 09h31

Kinshasa, 25 fev (EFE).- Pelo menos dez combatentes da milícia Kamuina Nsapu e três civis morreram no domingo em um ataque ocorrido na região central da República Democrática do Congo (RDC) entre esse grupo e as Forças Armadas do país (FARDC), confirmaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes da ONU.

O incidente aconteceu na cidade de Kamako, na província central de Kasai, quando combatentes desta milícia tentaram sequestrar o chefe de uma aldeia, uma tentativa que foi reprimida pelas FARDC, segundo explicou à Efe uma fonte da missão da ONU no país (MONUSCO).

"Nos informamos que foram membros da Kamuina Nsapu que supostamente tentaram sequestrar o chefe de uma aldeia e então aconteceu a intervenção das FARDC, em um enfrentamento que terminou com dez milicianos e três civis mortos", acrescentou a fonte.

Um ativista da sociedade civil da região, Emmanuel Ilunga, também confirmou esta informação e apontou que os combates entre ambas as partes continuam em Kamako.

"Desde que chegaram aqui, estes milicianos incomodaram a população. Como estão armados, é difícil controlá-los", disse Ilunga à Efe em conversa telefônica.

O fato aconteceu depois que, no final de janeiro, três líderes do Kamuina Nsapu e mais de cem milicianos se entregaram ao Exército após a posse como presidente do antigo opositor Félix Tshisekedi.

O novo chefe de Estado congolês é original da região central de Kasai e os líderes desta milícia tinham prometido que assim que Tshisekedi fosse eleito presidente, se renderiam diante das FARDC.

No entanto, Ilunga denunciou que esta milícia "é mais numerosa e violenta" na região.

A província de Kasai está imersa há muito tempo em um clima de violência, com a presença da milícia Kamuina Nsapu, causadora de dezenas de mortos, incluídos dois especialistas da ONU em 2017.

A milícia, criada em 2016 com soldados reunidos entre os habitantes para enfrentar as forças leais ao Governo de Kinshasa, foi acusada por especialistas internacionais do recrutamento forçado de meninos e meninas.

O grupo tem o nome inspirado no ex-líder, o chefe tradicional Kamuina Nsapu, morto pela polícia, e diz seguir seu espírito para continuar com uma luta contra o Governo que já matou mais de 400 congoleses.

A rebelião dos Kamuina Nsapu surgiu em 2016, quando o Executivo de Kinshasa se negou a reconhecer Jean-Pierre Mpandi como novo Kamuina Nsapu, nome que recebe a chefia tradicional do clã dos Bajila Kasanja, que faz parte da tribo local dos Lulua. EFE