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Equipe da Univision é liberada após ficar 5 horas presa no Palácio Miraflores

26/02/2019 00h55

Caracas, 25 fev (EFE).- A equipe da emissora americana "Univision", liderada pelo jornalista Jorge Ramos, foi liberada nesta segunda-feira após passar cerca de cinco horas retida no Palácio Presidencial de Miraflores, em Caracas, onde realizava uma entrevista com o presidente Nicolás Maduro, confirmou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP).

"Liberada toda a equipe da Univision @UniNoticias. Acabam de sair de Miraflores, onde encontravam-se desde as 16h30 (hora local) ao retornar do almoço após a segunda reprogramação de uma entrevista agendada com Nicolás Maduro", disse o sindicato, na sua conta do Twitter.

A informação da sua liberação ocorreu minutos depois que da denúncia, tanto da emissora latino-americana, como do sindicato, da retenção da equipe jornalística.

O SNTP detalhou que foram "roubados todo o equipamento técnico" dos jornalistas que usavam na entrevista e que enquanto saíam foram filmados e escoltados.

"Nicolás Maduro ficou incomodado com as perguntas feitas pelo jornalista Jorge Ramos", disse o sindicato, acrescentando que o líder venezuelano "ficou chateado quando foi questionado sobre as acusações de fraude (nas últimas eleições) e saiu da sala quando o repórter lhe mostrou um vídeo com crianças comendo no lixo".

"Após a saída de Maduro, entraram o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez e a vice-presidente Delcy Rodríguez, que ofenderam a equipe e chamaram Ramos de 'provocador convencional'", disse.

No momento em que a emissora latino-americana denunciou a retenção de seus jornalistas, detalhou se tratar de María Martínez, Claudia Rondón, Francisco Urreiztieta, Juan Carlos Guzmán, Martín Guzmán e Jorge Ramos.

Não é a primeira vez que retenções de jornalistas ocorrem na Venezuela, no mês passado, aconteceram houve várias prisões de trabalhadores da imprensa, incluindo quatro da Agência Efe.

O SNTP contabilizou apenas em janeiro, 40 agressões por parte de agentes de segurança do Estado contra trabalhadores da imprensa.

O governo de Maduro constantemente assegura que a imprensa, especialmente a estrangeira, cria "campanhas midiáticas" contra ele e o acusa de mentir sobre a situação da crise na Venezuela.

Além disso, no país vários meios de comunicação, nacionais e internacionais, foram tirados do ar por ordem do governo chavista, especialmente quando são críticos com sua administração. EFE