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Fome e ordem dos jihadistas obrigam civis a abandonar último reduto do EI

26/02/2019 17h35

Damasco, 26 fev (EFE).- Os civis seguem saindo do último reduto do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) no leste da Síria, a cidade de Al Baghuz, de onde foram evacuadas 3.000 pessoas nesta terça-feira, e fazem isso empurrados pelas ordens dos líderes radicais e pela falta de comida na região, segundo assegurou uma fonte militar.

Um comandante do Conselho Militar de Manbij, Abu Mustafa Manbah, afirmou à Agência Efe que as Forças da Síria Democrática (FSD), que rodeiam a última cidade com presença do EI no extremo oriental da Síria, só conhecem a situação no interior de Al Baghuz através dos relatos dos evacuados.

Manbah, cuja organização está composta por soldados das FSD, destacou que não dispõem de "números reais" sobre quantos civis e combatentes permanecem entrincheirados em Al Baghuz, em uma área limitada que ainda está controlada pelo EI na margem oriental do rio Eufrates.

Segundo os civis que deixaram hoje essa cidade, ainda há "milhares" de pessoas em Al Baghuz, entre civis, combatentes e seus familiares.

O comandante acrescentou que os que saem da cidade e se entregam às FSD nos seus arredores seguem "as ordens dos líderes do EI, depois que se tenha intensificado o sítio sobre Al Baghuz, e devido à falta de comida".

Por sua parte, o porta-voz das FSD, aliança integrada principalmente por milícias curdas, Mustafa Bali, disse à Efe que "o processo de evacuação continuará até a saída do último civil".

Além disso, confirmou a saída hoje de 3.000 pessoas em 45 caminhões, que transportam os evacuados aos pontos de inspeção das FSD, onde os suspeitos de serem membros do EI são separados dos civis, e as mulheres e crianças, dos homens.

Nesta semana foram evacuadas um total de 10.000 pessoas de Al Baghuz, um número superior ao que se previa, já que a área que o EI controla é de menos de um quilômetro quadrado.

Este é o último território habitado que resta nas mãos do EI, depois que o grupo chegou a controlar amplas regiões da Síria e do Iraque em 2014, quando proclamou seu "califado" nestes países. EFE