Organizações condenam "censura" de Maduro a jornalistas da "Univision"
Miami, 26 fev (EFE).- Um total de 16 grupos em defesa da liberdade de expressão condenou nesta terça-feira a "intimidação" e "censura" exercida pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contra uma equipe de jornalistas da emissora de televisão "Univision" liderada por Jorge Ramos, que ficou retida ontem durante duas horas e meia no palácio presidencial.
A equipe do departamento de notícias da "Univision" foi deportada hoje até Miami, após ser retida "de maneira arbitrária" no Palácio de Miraflores enquanto entrevistava Maduro, denunciou a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) em comunicado conjunto com outras organizações.
Espera-se que a equipe chegue ainda hoje a Miami em um voo comercial que partiu de Caracas.
A retenção da equipe da "Univision" aconteceu enquanto Ramos entrevistava Maduro, que "se incomodou com as palavras que o jornalista usou para se referir a ele", afirmou a SIP, cuja sede fica em Miami.
Em uma conversa telefônica transmitida ao vivo pela "Univision", o próprio Ramos confirmou que o grupo de seis profissionais está bem, mas que as câmeras, seus telefones celulares e o material gravado foram confiscados por agentes de segurança de Maduro, após "ações de intimidação".
Diante da gravidade dos fatos, as organizações que assinam este comunicado revelaram que a "detenção constitui uma violação grave da liberdade de imprensa e afeta o direito à liberdade de informação no desenvolvimento de fatos que são de interesse global".
Nesse contexto, os antecedentes de pelo menos 19 jornalistas detidos na Venezuela em 2019 "confirmam um padrão de desprezo pelos valores democráticos por parte de Maduro", diz a nota.
"A restrição à liberdade dos jornalistas é utilizada como mecanismo de chantagem em meio à crise que esse país atravessa", destacaram associações como a Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo (FNPI), a Associação Colombiana de Veículos de Meios Informação (AMI), a Associação Nacional da Imprensa (ANP) do Chile e a Human Rights Watch (HRW).
Para as organizações denunciantes, a "arbitrariedade deste ato de censura se agrava ao acontecer no meio de uma entrevista ao próprio Maduro e na sede histórica do governo venezuelano".
Além disso, ressaltam que o "confisco do material jornalístico, incluindo câmaras e telefones celulares, configura um ato de censura continuado até que não aconteça sua devolução".
O comunicado pede à comunidade internacional que "observe especialmente as garantias para uma imprensa livre na Venezuela" e solicitam à Comissão Interamericana de Direitos Humanos "medidas de proteção cautelar aos jornalistas que estão cobrindo a crise venezuelana".
As 16 organizações também manifestaram sua solidariedade com os jornalistas da "Univision" e convocaram o jornalismo da região para "somar esforços a fim de manter a comunidade internacional informada sobre o que acontece na Venezuela". EFE
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