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Presidência iraniana não aceita renúncia de ministro de Relações Exteriores

26/02/2019 16h28

Teerã, 26 fev (EFE).- O Ministério de Relações Exteriores do Irã anunciou nesta terça-feira que a renúncia do chefe da diplomacia, Mohamamd Yavad Zarif, não foi aceita pela presidência iraniana.

"Como o escritório da presidência anunciou hoje, a renúncia não foi aceita", comentou em comunicado o porta-voz de Relações Exteriores, Bahram Qasemi, que classificou como "incorretas" as interpretações feitas sobre as razões por trás da demissão de Zarif ontem à noite.

O chefe do escritório da presidência, Mahmoud Vaezi, desmentiu primeiro as notícias publicadas indicado que a renúncia já tinha sido aceita e, horas depois, publicou na sua conta de Instagram que, para o presidente Hassan Rohani, "a República Islâmica do Irã tem apenas uma política externa e um ministro de Exteriores".

O site da presidência iraniana não informou até agora oficialmente sobre a rejeição à renúncia de Zarif.

Por sua parte, o presidente louvou hoje em discurso o trabalho de Zarif e sua dedicação à luta contra os Estados Unidos, mas não mencionou nada sobre a renúncia.

No meio desta confusão, o próprio ministro de Exteriores guarda silêncio.

Sua única manifestação foi em mensagem aos diplomatas e funcionários da pasta pedindo para que permaneçam nos seus postos, depois que vários comunicaram sua intenção de renunciar se o ministro realmente deixar o cargo.

Zarif, no cargo desde 2013, recebeu várias demonstrações de apoio, como a de 160 deputados que assinaram uma carta na qual pediram a Rohani que rejeite sua renúncia.

O ministro e principal negociador iraniano do acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irã e seis grandes potências não detalhou ontem à noite suas razões para renunciar do cargo, o que também estimulou as especulações.

"Me desculpo sinceramente pela minha incapacidade de continuar no posto e por todas as deficiências durante o meu serviço", escreveu ontem à noite na sua conta de Instagram.

Sua renúncia despertou temores em relação à perda de um interlocutor com boa reputação internacional e sobre a possibilidade de que a política externa do Irã se reoriente para posturas mais conservadoras. EFE