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Após aumento da tensão militar, Paquistão chama Índia para diálogo

27/02/2019 10h23

Islamabad, 27 fev (EFE).- O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, chamou nesta quarta-feira a Índia para uma conversa, após uma escalada militar na qual ambos os países afirmaram ter derrubado caças e realizado bombardeios no país vizinho.

"Vamos nos sentar juntos e regular isto dialogando. Com as armas que temos, podemos realmente permitir um erro de cálculo?", disse Khan, em discurso transmitido na TV, lembrando que os dois países são potências nucleares.

De acordo com ele, se a situação continuar nesse ritmo, nem o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, poderá controlá-la.

O líder paquistanês ainda reiterou estar disponível para realizar uma investigação sobre o atentado na Caxemira indiana. O ataque causou a morte de 42 policias no último dia 14, e a Índia acusou o Paquistão de não agir contra o grupo terrorista que o reivindicou, além de provocar a atual tensão militar.

As declarações de Khan foram feitas depois de seu país anunciar hoje de manhã que derrubou dois caças indianos no seu território, deteve dois pilotos e realizou bombardeios no país vizinho "sem a intenção de provocar mortes ou efeitos colaterais".

A Índia, por sua vez, afirmou que derrubou um caça paquistanês e reconheceu a perda de uma aeronave própria durante um combate aéreo, no qual um piloto indiano está desaparecido. Além disso, afirmou que o Paquistão tentou atacar alvos militares indianos em resposta à operação de terça-feira em território paquistanês.

Ontem, o governo indiano anunciou que tinha bombardeado em solo paquistanês acampamentos insurgentes da Jaish-e-Mohammed (JeM), que reivindicou o atentado contra os militares na Caxemira indiana. Na versão indiada, a operação matou uma grande quantidade de importantes comandantes e guerrilheiros do grupo. O Paquistão, por sua vez, negou baixas e danos e só admitiu uma rápida invasão aérea do seu território e o lançamento de quatro bombas que caíram em espaços abertos. EFE