EUA querem acordo específico com a China que possa ser implementado
Washington, 27 fev (EFE).- O representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, declarou nesta quarta-feira que o objetivo da Casa Branca é alcançar um acordo "específico" com a China que possa ser "implementado", o que suporia "um ponto de virada" na relação econômica entre ambas as potências.
"Se for possível concluir esta tarefa - e digo se - e pudermos alcançar uma solução satisfatória ao importantíssimo problema de aplicação - assim como outras preocupações -, poderíamos alcançar um acordo que nos permita chegar a um ponto de virada na nossa importante relação econômica com a China", declarou Lighthizer.
O funcionário, que lidera a delegação americana que negocia um acordo com a China, compareceu nesta quarta-feira diante do Comitê de Orçamento da Câmara de Representantes para informar dos avanços nas conversas, que levaram na semana passada os EUA a adiar a imposição de novas tarifas.
"Os assuntos sobre a mesa são sérios demais para serem resolvidos mediante promessas de compras adicionais. Necessitamos de novas regras", sustentou o representante, que disse em várias ocasiões que um acordo deverá encarar a necessidade de os chineses realizarem mudanças estruturais.
"O que o presidente (Donald Trump) quer é um acordo que, em primeiro lugar, possa ser implementado e que mude o padrão de suas práticas comerciais", explicou.
Lighthizer ressaltou que, "após anos de inação governamental", a Administração americana está realizando "progressos reais", mas lembrou que no passado também foram assinados acordos com a China que ao final não foram respeitados pelo gigante asiático.
"A nossa esperança é conseguir um texto específico, em assuntos específicos, e que possa ser implementado", insistiu.
Além disso, o representante defendeu a estratégia de negociação de Trump que, afirmou, situou os EUA em uma posição vantajosa graças à imposição de tarifas sobre as importações chinesas, uma medida que, no entanto, gerou inquietação nos mercados e a rejeição de alguns legisladores.
Durante o testemunho, Lighthizer não duvidou em disparar contra o Congresso ao qualificar a audiência de "perda de tempo" e comentar que, caso alcance um acordo final vinculativo com a China, a Casa Branca não tem intenção de submetê-lo à votação das Câmaras.
"O presidente tem a autoridade constitucional de alcançar acordos executivos (...). Necessitamos ter a capacidade de adotar medidas proporcionais de maneira unilateral para garantir que temos (os chineses) em uma situação na qual eles sigam ao roteiro estabelecido", sentenciou. EFE
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