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Parlamento rejeita Brexit alternativo e abre caminho para segundo referendo

A primeira-ministra britânica Theresa May deixa a entrevista coletiva após reunião do Conselho Europeu que endossou o acordo do Brexit - EMMANUEL DUNAND/AFP
A primeira-ministra britânica Theresa May deixa a entrevista coletiva após reunião do Conselho Europeu que endossou o acordo do Brexit Imagem: EMMANUEL DUNAND/AFP

27/02/2019 17h14

A Câmara dos Comuns rejeitou nesta quarta-feira o plano alternativo para o Brexit apresentado pelo Partido Trabalhista, de oposição à primeira-ministra do Reino Unido, a conservadora Theresa May, uma derrota que, no entanto, abre caminho para que o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, defenda a realização de um segundo referendo sobre a saída da União Europeia.

Corbyn havia se comprometido a apoiar um novo referendo se os deputados britânicos rejeitassem a proposta trabalhista que sugeria, entre outras medidas, a criação de uma união aduaneira com a UE.

A Câmara dos Comuns rejeitou o "Brexit" alternativo por 323 votos contrários a 240 favoráveis, o que fará o Partido Trabalhista apresentar uma proposta para exigir o segundo referendo. No entanto, não há prazo para que essa sugestão seja feita ao parlamento.

Antes da votação de hoje, o porta-voz do Partido Trabalhista para o "Brexit", Keir Starmer, afirmou que o segundo referendo deveria dar aos britânicos o direito de escolher entre uma "opção crível" de saída da UE e a possibilidade de permanecer no bloco.

No debate de hoje, alguns parlamentares trabalhistas eleitos por distritos que optaram pelo Brexit em junho de 2016 criticaram a postura do partido.

"Nosso programa eleitoral não era nada ambíguo, dizia que aceitaríamos o resultado do referendo de 2016. Uma segunda consulta não iria nessa direção e muitos eleitores não a aceitarão", afirmou John Mann, deputado de um distrito do norte da Inglaterra.

Cerca de 35% dos eleitores trabalhistas votaram a favor da saída do Reino Unido da UE no referendo de 2016, segundo as pesquisas.

No último congresso do partido, realizado em setembro do ano passado, Corbyn se comprometeu a apoiar um segundo referendo se não conseguisse forçar a convocação de novas eleições gerais. No entanto, a ideia não foi implementada desde então.