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Em meio a tensão militar, 70 paquistaneses fazem manifestação pela paz

28/02/2019 12h07

Islamabad, 28 fev (EFE).- Em meio à tensão militar instaurada entre Índia e Paquistão, cerca de 70 paquistaneses fizeram nesta quinta-feira um pedido de paz em uma manifestação em Islamabad com música e imagens de corações.

"Queremos paz!" e "A guerra não é uma festa!" foram algumas das frases que as pessoas gritavam em coro, em frente ao Clube Nacional de Imprensa de Islamabad, habitual local de protestos e manifestações na capital paquistanesa. Mulheres, crianças e jovens, na sua maioria, mostravam desacordo com os acontecimentos dos últimos dias e que provocaram uma escalada militar entre as duas potências nucleares sem precedentes em décadas.

De acordo com Tahira Abdullah, Índia e Paquistão precisam dialogar, já que na sua opinião a opção militar não é viável. Para ela, os dois países tratam a Caxemira como "terreno imobiliário", um lugar para brigar, sem importar as pessoas que lá vivem.

"A Caxemira é para os caxemirianos", declarou ela à Agência Efe.

Lahore (este) e Karachi (sul) também foram palco de manifestações parecidas, enquanto em outros lugares a população fez protestos contra a Índia, inclusive queimando a bandeira do país vizinho.

Os dois países vivem um aumento da tensão militar desde terça-feira quando a Índia disse ter bombardeado um acampamento do Jaish-e-Mohammed (JeM) no Paquistão. No entanto, o Executivo paquistanês diz que a ação não causou baixas e que as bombas indianas caíram em espaços abertos.

O grupo terrorista reivindicou no dia 14 de fevereiro o atentado na Caxemira indiana no qual 42 polícias morreram.

Como resposta, o Paquistão anunciou ontem ter derrubado dois caças indianos e capturado de um dos pilotos, além do bombardear a Linha de Controle (fronteira prática da Caxemira) de território indiano sem causar mortes ou danos. A Índia, por sua vez, reconheceu a perda de uma aeronave e da captura do piloto, e afirmou que tinha derrubado uma caça paquistanês, sem apresentar provas.

O primeiro-ministro, Imran Khan, anunciou hoje que libertará amanhã o piloto como um "gesto de paz". EFE