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Hezbollah rejeita decisão do R. Unido de considerá-lo grupo terrorista

01/03/2019 09h50

Beirute, 1 mar (EFE).- O grupo xiita Hezbollah rejeitou nesta sexta-feira a decisão do Reino Unido de colocá-lo na lista de organizações terroristas, uma medida que considerou "subordinada" aos interesses dos EUA, na primeira reação oficial a essa medida.

"O Hezbollah é um movimento de resistência contra a ocupação israelense, nenhum país no mundo que cubra, financie e apoie o terrorismo tem direito a acusar o Hezbollah ou qualquer movimento de resistência no mundo de terrorismo", afirmou o grupo xiita em comunicado.

O Reino Unido anunciou na segunda-feira que incluiria o Hezbollah na lista de organizações terroristas já que segundo o ministro do Interior britânico, Sajid Javid, tenta desestabilizar o Oriente Médio.

Segundo Javid, seu país não distingue já entre o braço militar e o político da organização, que faz parte do Governo libanês.

Hezbollah considera a decisão britânica como um "insulto aos sentimentos do povo libanês", que, segundo diz, vê no grupo xiita "uma grande força política e militar e lhe outorgou ter uma grande representação no Parlamento e no Governo".

O grupo acrescentou que como "movimento de resistência contra a ocupação israelense" não deixará de combater a ameaça que representa esse país e não poupará esforços para defender o Líbano e sua independência.

Também acusou os Estados Undos e "seus instrumentos regionais e internacionais" de fabricar e apoiar o terrorismo e cobrir os crimes na Síria, Iraque e Iêmen.

O Hezbollah conta atualmente com três ministros no Executivo do primeiro-ministro libanês Saad Hariri e tem 13 cadeiras no Parlamento unicameral libanês.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores libanês, Gebran Basil, minimizou a importância da decisão da Grã-Bretanha assegurando que "não terá impacto negativo direto sobre o Líbano".

"Outros países nos acostumaram a isso. Enquanto a terra estiver ocupada (por Israel), a resistência seguirá sendo aceita pelas instituições do estado e todo o povo libanês", disse Basil.EFE