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Lavrov não descarta intervenção militar dos EUA na Venezuela

01/03/2019 09h40

Moscou, 1 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou nesta sexta-feira que não descarta uma intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, em entrevista coletiva conjunta com a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez.

"Conhecendo os enfoques do governo dos EUA, tudo é possível. Não descarto que possa lançar ações que novamente vão infringir todas as normas possíveis do direito internacional", respondeu Lavrov a uma pergunta sobre se considera possível uma intervenção militar americana na Venezuela.

Segundo o ministro russo, o enviado especial dos EUA para a Venezuela, Elliot Abrams, não esconde que entre suas funções não está a busca de uma saída pacífica à crise no país latino-americano.

"Ele (Abrams) se ocupa exclusivamente de agravar a tensão, de criar uma situação que provoque, como querem os EUA, uma eclosão, o derramamento de sangue na Venezuela, que justifique a intervenção militar", ressaltou Lavrov, que expressou sua esperança quanto a Washington "impor a sensatez".

Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia russa indicou que tem a informação de que "os EUA planejam em breve comprar armas leves, morteiros, mísseis terra-ar portáteis e outros tipos de armamento para enviá-los a países próximos à Venezuela".

De acordo com Lavrov, o transporte de tal armamento seria feito com a ajuda de "uma companhia aérea de um dos regimes mais obedientes, ou melhor, o regime absolutamente obediente a Washington no espaço pós-soviético", em alusão ao governo da Ucrânia.

"Claro que vemos estas intenções, como veem também muitos países, inclusive os vizinhos da Venezuela. Brasil e Colômbia declararam que não apoiarão uma intervenção militar", disse o ministro.

Lavrov acrescentou que "se os vizinhos da Venezuela cumprem com suas palavras e se mantêm firmemente nessa posição, os planos americanos não se concretizarão".

"Acredito que a rejeição absoluta, diria universal, do mundo às soluções armadas esfriará as cabeças quentes de Washington, embora haja alguns aos quais nada pode deter", disse. EFE