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Venezuela rejeita medidas dos EUA e "ameaças" contra militares

01/03/2019 21h11

Caracas, 1 mar (EFE).- O governo de Nicolás Maduro rejeitou nesta sexta-feira as sanções econômicas que os Estados Unidos impuseram nesta sexta-feira a seis altos comandantes das forças de segurança da Venezuela, e acusou o país de tentar subornar e de "ameaçar diretamente" os militares venezuelanos.

"A Venezuela rejeita novamente, e da forma mais categórica, a pretensa imposição de medidas coercitivas (...) contra oficiais militares venezuelanos, como parte da fracassada estratégia de Washington de propiciar e provocar uma sublevação contra o governo" de Maduro, disse a chancelaria em comunicado.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje medidas econômicas contra seis altos comandantes "próximos" a Maduro por estarem implicados no bloqueio da ajuda humanitária que se esperava que ingressaria no sábado ao país e que o chavismo considera que podia abrir passagem a uma invasão.

Os sancionados são os generais Richard Jesús López Vargas, Jesús María Mantilla Oliveros, Alberto Mirtiliano Bermúdez Valderrey e José Leonardo Norono Torres; o comissário-chefe das Forças de Ações Especiais (FAES), José Miguel Domínguez Ramírez; e o diretor da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), Cristhiam Abelardo Morales Zambrano.

Como consequência desta medida ficam congelados os ativos que possam ter sob jurisdição americana e estão proibidos de realizar transações financeiras com eles por meio de entidades dos EUA.

Por sua parte, a Venezuela considera que estas sanções são parte do "propósito" do governo de Donald Trump "de prejudicar militares" que defenderam a integridade territorial no sábado".

Dessa forma, o governo de Maduro indicou que os EUA, "no seu doentio afã por minar as instituições e as leis" da Venezuela, "reconheceram que, apelando aos meios mais infames, pretendem quebrar o compromisso nacionalista dos militares venezuelanos, chegando ao extremo de recorrer a tentativas de suborno e à ameaça direta".

Nesse sentido, pediu ao país "a cessação imediata da agressão multiforme" e exigiu à comunidade internacional que "faça respeitar a Carta das Nações Unidas nos seus princípios e propósitos fundamentais, para deter assim esta obsessiva investida imperialista" contra a Venezuela.

No final de semana passado, a Venezuela viveu uma jornada de enfrentamentos na fronteira com a Colômbia e o Brasil, quando opositores venezuelanos tentaram introduzir caminhões com assistência humanitária internacional no país, algo que foi impedido pelas forças governamentais.

Como consequência, pelo menos cinco morreram e outras 300 ficaram feridas, segundo organizações não-governamentais. EFE